A necessidade de um sono de qualidade nunca foi tão debatida como atualmente e surgem cada vez mais novos estudos acerca da quantidade de horas necessárias de sono por noite.
Se até agora a ciência defendia uma média de oito horas por adulto, um novo estudo vem revelar que não é preciso tanto. Segundo uma investigação da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, a ‘natureza’ do corpo humano apenas pede seis horas por noite.
Para os investigadores, diz o Daily Mail, a teoria de que as pessoas necessitam de oito ou mais horas de sono não passa de uma estratégia de marketing, em que as empresas criadoras de comprimidos para dormir se aproveitaram deste ‘tempo obrigatório de descanso’ para impingir fármacos que prometiam um sono tranquilo e reparador, mesmo que não fosse durante as ditas oito horas.
O estudo
Para a investigação, os cientistas procuraram aproximar-se dos antepassados e, por isso, estudaram os hábitos de sono de três populações diferentes entre si mas iguais por escaparem à azáfama stressante do quotidiano citadino: o San, da Namíbia, os Hadza, da Tanzânia e da Tsimane, da Bolívia.
Durante mil dias, 94 adultos destas três populações foram monitorizados de forma a que fosse possível detetar os tempos de vigia e de sono, ou seja, o tempo em que estavam acordados e aquele em que passavam a dormir.
A média de sono da maioria dos inquiridos foi de 6h25 minutos, o que leva os cientistas norte-americanos a crer que dormir entre seis a sete horas é o suficiente, até porque os habitantes destas três populações estavam num ótimo estado de saúde: menores taxas de obesidade, menos pressão arterial e corações sãos.
Além disso, estes habitantes respeitavam o ciclo natural de luz, o que também ajuda a que o corpo entre em ‘modo de sono’.
Publicado na revista Current Biology, o estudo vem defender que os hábitos de sono defendidos até agora (oito horas) são apenas espelho de uma sociedade presa a teorias e estereótipos, muitas vezes ‘vendidos com segundas intenções’.