Um estudo revelado esta terça-feira pela Time e divulgado na revista Genome Biology, culpa a alimentação da mulher durante a gravidez pelo risco de o bebé vir a sofrer de cancro no futuro.
Robert Waterland, professor no Baylor College of Medicine e mentor do estudo, indica que a alimentação de uma grávida durante o período de gestação pode interferir com a epigenética, responsável pelo controlo de genes e pela sua ativação/desativação.
Para terem noção do impacto que a alimentação e o meio ambiente têm na epigenética, os investigadores analisaram parte da população feminina do Gâmbia e concluíram que as mulheres que ficaram grávidas durante os períodos mais escassos de alimentação apresentaram um maior probabilidade de não controlar o gene que afeta o risco do bebé ter cancro.
Diz o relatório que o ‘silenciador’ do gene VTRNA2-1, responsável por tornar ou não as células em células cancerígenas, depende da ingestão de determinados nutrientes, como é o caso da vitamina B.
“Se a alimentação da mãe é pobre, então isso trará uma série de prejuízos ao genoma que, assim, terá um efeito negativo e com isso o bebé fica com possibilidade de sofrer resultados adversos”, disse o investigador, salientando que “este problema pode explicar na generalidade os nascimentos prematuros e outros problemas na gravidez, como os defeitos no cérebro ou facto de alguns bebés nascerem muito pequenos”.