O desperdício alimentar acontece em todas as casas. Neste Dia Mundial da Alimentação (16 de outubro), é importante relembrar que este fenómeno pode ter consequências para o ambiente, para a economia e para a sociedade.
Os dados mais recentes do Parlamento Europeu relativos ao ano de 2022 mostram que Portugal é o 4.º país da União Europeia (UE) que mais desperdiça alimentos, o que representa um volume de desperdício alimentar por pessoa de 184 kg. Por ano, este flagelo custa à UE mais de 130 mil milhões de euros e afeta milhões de lares.
Os países que representaram um valor ainda mais elevado de desperdício do que Portugal são o Chipre, Dinamarca e Grécia. Em contrapartida, a nossa vizinha Espanha, a Eslovénia e Croácia são os países que geraram a menor quantidade de desperdício alimentar.
Para o ambiente, os resíduos de alimentos representam aproximadamente 16% das emissões de todos os gases com efeito de estufa.
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De acordo com os dados do Parlamento Europeu, o desperdício alimentar também consome recursos naturais "que já são escassos". Por exemplo, a água usada para produzir alimentos que acabam por ser desperdiçados representa 12% do total de água usada na produção e consumo alimentar na UE.
Em termos económicos, as famílias pagam comida que nunca chegam a consumir, e os agricultores e empresas perdem dinheiro em cada etapa da cadeia de fornecimento alimentar porque parte dos alimentos acaba no lixo.
As causas do desperdício alimentar são múltiplas, mas todos temos um papel neste fenómeno. As compras impulsivas, a falta de planeamento alimentar e a "recusa em comprar frutas e legumes “feios”, são apenas algumas das razões para o desperdício alimentar nos lares.
A rotulagem das datas dos alimentos também pode ser um problema. Na UE, os alimentos têm diferentes tipos de etiquetas de data. A etiqueta “consumir de preferência antes de” em alimentos como massa, arroz, conservas leva os cidadãos a descartar esses alimentos demasiado cedo. Por outro lado, alguns consumidores podem confundir os rótulos e descartar alimentos que ainda estão próprios para consumo.
Na cadeia de fabrico também há problemas de desperdício, na medida em que os fabricantes produzem em excesso e acabam sem ficar recursos para conservar os alimentos.
Medidas da UE para reduzir o desperdício alimentar
— Estabelecimento de metas vinculativas de redução por parte dos países
— Tornar a rotulagem das datas mais clara
— Facilitar a doação de alimentos
— Criar um método comum para medir o desperdício alimentar
E o que cada um de nós pode fazer?
Comece por comprar, apenas e só, o essencial. Não se deixe levar por promoções de "leve 3 pague 2" de produtos que nem sequer consome.
De acordo com a 'To good to go', um truque que pode aplicar para sabere se alguns alimentos ainda podem ser consumidos, mesmo que fora de validade, é cheirando-os, por exemplo. Se não apresentarem um cheiro ou uma cor significativamente alterada, ainda podem ser consumidos.
Outras aplicações que pode usar além da 'To good to go' e que podem ajudar a reduzir as quantidades individuais de desperdício alimentar são:
— NoWaste
— Good After
— Phenix
— Olio
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