Jovens portugueses entre os 18 e os 24 anos são os mais afetados emocionalmente pela má qualidade da saúde intestinal. Mesmo que num estado "invisível", este problema demonstrou um impacto profundo na vida quotidiana dos portugueses, chegando a influenciar níveis de energia e o desempenho escolar dos mais jovens.
O estudo realizado para a farmacêutica francesa Biocodex, com um total de 1.000 inquiridos, revela como os portugueses se sentem afetados mentalmente pela qualidade da sua saúde intestinal.
O inquérito conclui que metade dos portugueses (48%) vive com problemas intestinais, sendo que muitos relatam consequências diretas no seu bem-estar psicológico: 27% sentem menos energia, 24% vivem com mau humor, 22% reportam ansiedade e 21% dificuldades em dormir. Entre os jovens adultos (18-24 anos), cerca de 33% associa os sintomas digestivos a episódios de ansiedade.
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A farmacêutica francesa confirma que a ciência refere que a "microbiota intestinal, comunidade de microrganismos que habita o nosso intestino, desempenha um papel central na nossa saúde". Mais de 90% dos microrganismos que nos protegem estão no intestino.
Estes microrganismos, na sua maioria bactérias, ajudam na absorção dos nutrientes e a prevenir e regular infeções em todo o corpo humano. A Biocodex explica que quando este equilíbrio é perturbado, fenómeno conhecido como 'disbiose', podem surgir não só sintomas digestivos, mas também consequências que afetam a imunidade, o metabolismo e até a saúde mental.
Existe uma comunicação complexa e bidirecional entre sistema nervoso central e trato gastrointestinal
Qualquer desequilíbrio nesta comunidade de microrganismos pode ser suficiente para o desencadear de alterações metabólicas, não só associadas à obesidade, como a outras patologias como, por exemplo, cancro, doenças inflamatórias e cardiovasculares, do trato urinário e até do próprio intestino, como é o caso da síndrome do intestino irritável. Pode também originar distúrbios de humor, ansiedade, alterações cognitivas e doenças neurodegenerativas.
O inquérito nacional revela um interesse crescente pela saúde digestiva, mas também "lacunas significativas na literacia sobre o papel desta na saúde e bem-estar geral", acrescenta a farmacêutica.
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