Estudo destaca eficácia de áreas marinhas protegidas muito extensas

As áreas marinhas protegidas "são frequentemente concebidas para proteger os recursos locais, como os recifes de coral e a vida selvagem associada".

Maurícias

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Lusa
07/08/2025 17:52 ‧ há 2 horas por Lusa

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Estudo

Um estudo sobre a área marinha protegida (AMP) do Arquipélago de Chagos, no Oceano Índico, uma das maiores do mundo, divulgado hoje no Journal of Applied Ecology, destaca a eficácia destas grandes áreas na proteção da biodiversidade.

 

Com 640.000 quilómetros quadrados (são consideradas muito extensas as áreas protegidas com uma área de 100.000 km2 ou mais), a AMP das ilhas Chagos foi criada em 2010 e nela estão proibidas a pesca comercial e as atividades mineiras.

Os cientistas acompanharam o movimento de espécies de tartarugas marinhas, como a ameaçada de extinção tartaruga-de-pente ('Eretmochelys imbricata'), de raias-manta-de-recife ('Mobula alfredi') e diversas aves marinhas.

As áreas marinhas protegidas "são frequentemente concebidas para proteger os recursos locais, como os recifes de coral e a vida selvagem associada", mas o trabalho também demonstra "a sua necessidade para proteger animais" com deslocações de grande alcance, indicou Alice Trevail, investigadora da Universidade de Exeter e uma das autoras do estudo, à agência France-Presse.

Os animais estudados permaneceram quase exclusivamente (95%) dentro da área protegida, apesar dos seus movimentos relacionados com a alimentação, reprodução ou hábitos migratórios locais.

Os investigadores também analisaram com modelos a eficácia de uma área mais pequena, de 100.000 km², tendo considerado que aquela se mantém, dado que 97% dos pontos de migração de raias-manta e 94% dos das tartarugas ficaram localizados dentro da área protegida.

No entanto, em relação às aves marinhas, que percorrem distâncias maiores, a percentagem de pontos de passagem desce para 59%.

Para os autores, as conclusões da investigação mostram a importância destas áreas, cuja meta, estabelecida pela ONU em 2022, é de proteção de 30% do mar até 2030.

A propósito, lembram que os níveis de proteção são diferentes entre as AMP, continuando a ser autorizadas em algumas delas atividades prejudiciais para a biodiversidade, como a pesca.

Consideram ainda que os resultados sobre a AMP de Chagos são "particularmente relevantes" tendo em conta a iminente mudança de soberania na região.

Em maio, o Reino Unido assinou um acordo para devolver o Arquipélago de Chagos às Maurícias, prevendo a manutenção da base militar Diego Garcia (conjunta com os Estados Unidos) numa das ilhas desta região estratégica.

A ministra do Ambiente, Maria da Graça Carvalho, anunciou a 11 de junho, durante a terceira conferência da ONU sobre o Oceano (UNOC3), a criação da AMP do Banco de Gorringe, a cerca de 200 quilómetros a sudoeste do Cabo de S. Vicente, no Algarve, com uma área de cerca de 23.000 quilómetros quadrados.

Em outubro de 2024, a Assembleia Regional dos Açores aprovou a criação da Rede de Áreas Marinhas Protegidas dos Açores (RAMPA), com uma área de 287.000 quilómetros quadrados, abrangendo cerca de 30% do mar do arquipélago. Metade desta área será totalmente protegida e a outra metade terá nível de proteção alta.

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