Considera-se espiritual? Gostava de saber mais acerca de tarot? Boas notícias! Recentemente, Sophia Nunes, uma leitora profissional de tarot, conselheira e professora, lançou um livro, chamado 'Tu És o Oráculo', onde os leitores têm a oportunidade de esclarecer múltiplas dúvidas e aprender muito sobre tarot.
Em entrevista ao Lifestyle ao Minuto, a taróloga explica que o livro pode ajudar a que "as pessoas deixem de ter receio de usar o tarot e que aprendam a usar esta ferramenta como meio de autosuperação dos seus dilemas, conflitos internos e desafios diários".
Trata-se de "um livro de aprendizagem de leitura de cartas, sim, mas numa abordagem diferente". Porquê? "Ao invés de adivinhar o futuro ensino a criar o futuro com o tarot", explica a autora.
Além de tudo isto, no livro, a taróloga ajuda a conhecer melhor a simbologia do tarot e o poder de cada carta. Esclarece ainda conceitos como arcanos, arquétipos e portais. Sem esquecer as melhores técnicas para balhar as cartas e preparar o espaço para a leitura. Menciona ainda um método criado por si, onde usa apenas as 22 principais cartas de tarot, em vez das 78 que compõem um baralho completo.
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Como surgiu a ideia de escrever este livro?
Mais do que uma ideia, foi um sentimento de missão a cumprir, de sentir que tinha de partilhar com o mundo a minha visão e experiência pessoal com esta ferramenta.
Comecei a escrever o livro muito antes da editora me convidar. Quando a Planeta de Livros [editora portuguesa] falou comigo já o tinha basicamente escrito, mas, claro, a linguagem foi ajustada porque o livro deve convidar quem nunca se atreveu a ter um baralho de tarot.
Por isso, a minha de intenção, ao escrever o livro, é que as pessoas deixem de ter receio de usar o tarot e que aprendam a usar esta ferramenta como meio de autosuperação dos seus dilemas, conflitos internos e desafios diários. E, além disto, perceber que é através da expansão da nossa consciência que novos caminhos surgem, expansão esta que é uma das muitas funções do tarot, com ele podemos sintonizar e criar realidades mais equilibradas.
Está disponível em múltiplas livrarias© Planeta
Com o livro consegue mesmo ensinar alguém a ler as cartas de tarot?
É como uma iniciação no mundo do tarot. É um livro de aprendizagem de leitura de cartas, sim, mas numa abordagem diferente. Ao invés de adivinhar o futuro ensino a criar o futuro com o tarot, algo diferente, pois retira a parte de darmos o poder só externo para direcionar parte desse poder para dentro, para o questionamento interno, de quem somos e para onde vamos. Abrindo assim as portas da nossa perceção, criando novos caminhos, soluções e oportunidades na nossa realidade.
Geralmente, as cartas revelam-nos muito de nós mesmos, das nossas qualidades, dons, comportamentos, assim como o que não queremos ver, o que muitas vezes são os nossos bloqueios, inseguranças, dúvidas. Quando estes mistérios são revelados, vamos ganhar nova clareza, e uma real perceção da nossa vida e acontecimentos.
Explica ainda como podemos desenvolver tanto o nosso lado racional, como o intuitivo. Ou seja, ensino a ler tarot pela intuição, a sabedoria da alma, mas também a usar o lado racional para ler tarot, pois temos de saber fazer boas perguntas às cartas para que elas nos revelem boas respostas. Para isso, no livro ensino vários métodos de leitura desde o mais simples com uma só carta, ao método mais elaborado que envolve a leitura do meu próprio método.
Quero desmistificar a responsabilidade errada que muitos colocam no tarot, achando que serve para adivinhar o futuro quando, na realidade, todos nós somos os corresponsáveis na criação desse futuro
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Quais são os conceitos mais importantes que explica neste livro?
O primeiro grande conceito do livro está no título - 'Tu és o Oráculo' - e com ele abro todo um convite para que o leitor consiga sentir que tem o poder de aceder a toda a informação sobre si mesmo. E isto é ser um oráculo, as cartas de tarot são uma extensão de nós mesmos e funcionam como um espelho em forma de imagens simbólicas que representam esclarecimentos às perguntas que lhe fazemos.
Também quero desmistificar a responsabilidade errada que muitos colocam no tarot, achando que serve para adivinhar o futuro quando, na realidade, todos nós somos os corresponsáveis na criação desse futuro. Querer adivinhar o futuro é para quem não quer conhecer o seu poder interno e delega essa responsabilidade. Isto faz parte da minha missão de vida: poder mostrar que a consciência da criação desse futuro está na consciência do que nos está acontecer no momento presente. É nessa parte que podemos ter controlo da consciência de como conduzimos os nossos pensamentos, sentimentos e ações. Cartas são como guias orientadores no nosso caminho diário, mas as escolhas são sempre nossas.
Este é outro grande conceito que trago no livro, que estes 22 arcanos maiores que eu uso há mais de 20 anos no meu dia a dia, são as 22 cartas que falo no livro e que vem de oferta com o livro, eles são os grandes mestres das aprendizagens da nossa alma. Por isso, as cartas são guias que nos revelam o que está escondido no inconsciente da nossa psique que necessita de ser trazido à luz para ser melhorado.
Explica também coisas mais práticas como baralhar, limpar, guardar as cartas e preparar o espaço para leitura. Estes aspetos fazem realmente diferença na leitura das cartas? Que tipo de impacto têm?
É verdade todos estes ditos pormenores fazem realmente diferença para quem quer ir mais fundo e estar em contacto com o mundo sutil. Estes rituais são como uma preparação para entrarmos em estado de atenção interna e para entrarmos em telepatia com as cartas.
Fazer a limpeza do espaço energético para leitura é muito importante para eliminar as informações no campo que não fazem parte da leitura e ficam em forma de interferência. Nós somos antenas captamos e absorvemos tudo mesmo que não tenhamos consciência disso. Quero dizer com isto que a responsabilidade energética é importante. Podemos limpar uma sala fisicamente e ainda assim a informação dos pensamento e sentimentos de quem esteve lá ficam lá. É necessário limpar o baralho e o espaço de leitura. Falo disso no livro.
O grande impacto destes rituais é fazer-nos trabalhar a nossa presença no aqui e agora que é onde toda informação das cartas está a ser dada em cada leitura. Os motivos pelos quais devemos baralhar as cartas são vários. E cada ritual prático, de baralhar, limpar etc., tem o propósito de nos ajudar a estar em sintonia com o universo.
Todas as cartas são necessárias, e a dualidade das mesmas também, pois cada carta tem o positivo e negativo nela mesma
Existem cartas boas e cartas más?
Não propriamente até porque ao aceitarmos esse conceito do bom e mau trazemos o posicionamento de nos colocarmos como vítimas. O que existe é a dualidade humana e cada carta tem em si essa mesma dualidade de expressão positiva e negativa para que assim possamos ter consciência da aprendizagem que a nossa alma está a viver através da personalidade. No livro até conto uma história que explica essa questão do bom e mau para o leitor perceber melhor. Todas as cartas são necessárias, e a dualidade das mesmas também, pois cada carta tem o positivo e negativo nela mesma como ensino no livro.
Classificar algumas cartas como más, como a Torre, a Morte, o Dependurado ou o Diabo, está mais relacionado com a ignorância que as pessoas têm sobre a função e atuação do tarot e das leis do universo na nossa realidade. Tudo nesta realidade tem dois polos opostos, e a dualidade, no caso das cartas, determina a qualidade energética que emanamos, o que faz com que saíam determinadas cartas.
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Geralmente, as cartas são um espelho da nossa energia e vibração no momento da leitura, por isso, as cartas que saem estão sempre em sintonia com as leis do universo, pois são estas as leis que regulam e equilibram tudo na nossa realidade.
Então cada carta é perfeita no momento que sai pois revela a verdade sobre cada um de nós, sobre a situação que estamos a viver, sobre as nossas aprendizagens e bloqueios.
Todos temos a capacidade de ler cartas de tarot. Basta desenvolver confiança na habilidade de ouvir a nossa intuição e ter vontade de estudar os simbolismos e arquétipos de cada carta
Toda a gente tem a capacidade de ler cartas de tarot? Existe algum tipo de pré-requisito ou característica essencial?
Sim. É a minha principal missão: mostrar que o tarot é acessível a todos. Todos temos a capacidade de ler cartas de tarot. Basta desenvolver confiança na habilidade de ouvir a nossa intuição e ter vontade de estudar os simbolismos e arquétipos de cada carta. Todos nós vimos dotados com a intuição e devemos usá-la no nosso dia a dia para nos guiar na interpretação das cartas. Mas compreendo que para muitas pessoas ainda seja difícil de compreender os benefícios de aprender a interpretar, ler e ouvir o tarot.
Quem gosta de tarot procura estar mais próximo com a nossa essência. Por isso, se realmente queremos ter um requisito, é querer evoluir, e evoluir é tornarmo-nos humanos cada vez mais conscientes do que criamos nas nossas vidas. Por isso o título do livro: Tu és o Oráculo.
Que conselhos daria a alguém que se quer aventurar nesta área?
O primeiro conselho é comprar o meu livro que trás um baralho e começar por aqui mesmo. Saber, conhecer, ler o livro e começar a colocar os ensinamentos em prática, tirando uma carta diária, fazendo perguntas sobre os seus conflitos internos e trazer este aconselhamento e contacto com cada arcano e entidade.
Depois é saber que é um caminho. Estudo tarot há mais de 20 anos e continuo a aprender todos os dias. É necessário estudo, presença e vontade de transformar os nossos lados mais sombrios, conhecer-se a si mesmo primeiro. Quando aprendi ioga a minha professora disse: "ioga é uma forma de estar na vida, que usa a prática como ferramenta para o aperfeiçoamento da nossa identidade, desenvolvendo as nossas capacidades a vários níveis". Tarot é igual. Quando fizer o caminho individual pode começar a ler outras pessoas porque fez o caminho em si.
O conselho que deixo é não desistir. É provável que aconteçam dias confusos em que as cartas não dizem nada porque espelham a nossa confusão. Já noutros recebemos 'insights' maravilhosos, mas só vamos ter confiança de ler, que é algo que a maioria das pessoas não tem, se praticarmos, se mexermos nas cartas e se as usarmos. O mago é a primeira carta e ensina que a confiança nasce na ação.
Podemos usar o tarot para tantos efeitos porque tem a capacidade de expandir a nossa consciência
Ficou alguma coisa por ensinar neste livro?
Sim, ficou, claro. O livro é uma iniciação ao tarot, é um chamado a todos. Quem quiser continuar a aprofundar a sua utilização deve fazer mentorias, assim como aulas de forma a desenvolver cada vez mais a sua capacidade de leitura e de receber respostas cada vez mais claras.
Podemos usar o tarot para tantos efeitos porque tem a capacidade de expandir a nossa consciência. Podemos ser muito criativos ou podemos trabalhar com os arcanos, ou seja, os mistérios existentes, como portais de expansão da nossa ilimitada consciência.
Fala do método Sophia Tarot? Em que consiste?
É o meu caminho e a minha estrutura de leitura para que as cartas revelem toda a informação que necessito. É um método multidimensional que vai mais para os campos invisíveis do ser, por isso, não necessito das 78 cartas do tarot, uso apenas as 22 principais que funcionam como 'chaves de acesso' aos planos multidimensionais do ser. Estas cartas são as que acompanham o livro são e representam os estágios e a espiral da evolução da alma humana.
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O método foca-se na cura interna sabendo que o que surgir na leitura é prioridade. Sendo que a palavra cura, no tarot multidimensional, é o momento da mudança de perspetiva, aquele momento em que a pessoa está perante a sua situação terrena difícil e a leitura multidirecional mostra-lhe e abre-lhe os caminhos, soluções, mudanças de perceção, sobre aquele assunto. Pode estar ligado a algo do seu passado, de outra vida, criado lá atrás e aqui falamos de reajustes cármicos, e tudo o que necessitarmos para remover conflito. Por isso, no livro mostro a base dessa leitura, mas para usá-la de forma multidimensional temos que saber usar o método.
Que tipo de mitos sobre tarot gostava de esclarecer?
Existem muitos mitos, mas vou falar sobre o mito de que o tarot serve para adivinhar o futuro. Tarot faz previsão e previsão significa antevisão. É uma antevisão baseada na informação do que está a acontecer no presente. O futuro é adivinhado desta forma: se plantarmos batatas, vamos colher no futuro batatas. Certo. Causa e efeito.
É importante ter consciência do que já plantou no passado, o karma, e o que está a plantar no presente. Muitas vezes o presente é um automatismo de padrões do passado e se queremos novas soluções temos de olhar de formas diferentes o mesmo assunto, assim podemos criar novos caminhos e novas realidades.
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