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"Em casos mais graves, o HPV é silencioso, daí a importância do rastreio"

Esta segunda-feira assinala-se o Dia Internacional de Consciencialização do HPV. O Lifestyle ao Minuto falou com Sara Lino, médica infeciologista da Unidade Local de Saúde São José, em Lisboa, para perceber mais sobre este vírus que pode evoluir para uma doença grave, como é o caso do cancro.

"Em casos mais graves, o HPV é silencioso, daí a importância do rastreio"
Notícias ao Minuto

14:40 - 04/03/24 por Adriano Guerreiro

Lifestyle HPV

O vírus do papiloma humano, mais conhecido por HPV, é uma infeção sexual bastante frequente. Em alguns casos, pode evoluir para cancro sem que se dê por isso numa fase inicial.

"Pelo menos nas suas manifestações mais graves, é 'silencioso', sendo importante o rastreio, nomeadamente do cancro do colo do útero e do canal anal", salienta Sara Lino, médica infeciologista da Unidade Local de Saúde São José, em Lisboa, ao Lifestyle ao Minuto.

Esta segunda-feira assinala-se o Dia Internacional de Consciencialização do HPV. A médica explica o que que deve ter em conta quando se fala deste vírus comum.

O que é o HPV e quais são os principais fatores de risco?

O vírus do papiloma humano é a infeção sexualmente transmitida mais frequente, calculando-se que 80% da população mundial já tenha tido contacto com o vírus. A infeção pode ser transitória e de resolução espontânea. Existem diversos tipos de HPV, com variação no tipo de doença que causam. As pessoas que vivem com VIH têm risco mais elevado de  doença grave por HPV.

A percentagem de evolução para o cancro é elevada?

Nem todas as infeções evoluem para cancro, a maioria resolve-se espontaneamente. As restantes podem causar infeções 'latentes' que aumentam a probabilidade de transformação neoplásica. 

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Que tipo de cancro pode causar e que outras complicações podem surgir deste vírus?

O HPV causa as verrugas vulgares e as genitais, além de diversos tipos de cancros, como o do colo do útero, do canal anal, da orofaringe, da vulva, da vagina e do pénis. Praticamente todos os casos de cancro do colo do útero são causados por HPV, que, por sua vez, é uma das neoplasias mais frequente em mulheres. Se não for diagnosticado precocemente pode evoluir para formas invasivas.

Também afeta os homens, podendo causar cancro do canal anal, do pénis e da orofaringeComo é feito o diagnóstico?

O diagnóstico é realizado através da pesquisa de HPV em amostras recolhidas no colo do útero ou em outras localizações, onde mais dificilmente será correlacionado com a doença. 

Quais os tratamentos disponíveis?

Os tratamentos disponíveis vão desde o tratamento local de lesões superficiais a terapêuticas mais complexas como a remoção cirúrgica da porção afetada, a radioterapia ou a quimioterapia. 

É algo que a maioria das pessoas apenas associa às mulheres. Os homens também estão em risco?

O HPV afeta também os homens, podendo causar cancro do canal anal, do pénis e da orofaringe. A utilização de preservativo reduz o risco de transmissão do HPV mas não o elimina na totalidade, dado o vírus ser transmitido pelo contacto com a pele.

Qual é a cobertura atual da vacina em Portugal?

A vacina foi incluída no plano nacional de vacinação em 2007, para mulheres nascidas em 1995. Os indivíduos do sexo masculino foram incluídos a partir de 2020, o que na prática inclui os nascidos a partir de 2009. A cobertura vacinal, em Portugal, está nos 85%, o que tem possibilitado a diminuição dos casos de cancro do colo do útero e de condilomatose genital, na população já incluída na vacinação.

Qual a importância de um dia como este da consciencialização do HPV?

As campanhas de sensibilização existentes, sobretudo após início da vacinação, têm aumentado o interesse e o conhecimento sobre a infeção. Os programas de rastreio têm resultado na diminuição da incidência e da mortalidade do cancro do colo do útero. O HPV, pelo menos nas suas manifestações mais graves, é "silencioso", sendo importante o rastreio, nomeadamente do cancro do colo do útero e do canal anal, assim como a vacinação das pessoas suscetíveis. A vacina é mais eficaz quando é realizada antes do início da vida sexual ativa.

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