Como prevenir e lidar com as picadas mais comuns no verão

Chegou o verão e com ele mais atividades ao ar livre. Ficamos mais expostos às picadas/mordeduras de insetos (abelhas, vespas, mosquitos, moscas, pulgas), alguns aracnídeos (carraças e aranhas) e alguns animais do mar (peixe-aranha, ouriços, alforrecas e caravelas-portuguesas). Na maior parte dos casos, os sintomas são locais, no entanto, existem outros que poderão causar reações mais perigosas.

Na Europa, mais de 95% das reações alérgicas provocadas por insetos resultam da picada de abelhas e vespas, sendo as reações graves muito pouco frequentes. A vespa asiática é essencialmente predadora de abelhas, mas quando ameaçada é capaz de reagir de forma muito agressiva perante o homem. Caso haja alergia ao veneno e em caso de picadas múltiplas, a pessoa deverá ser observada em hospital. Deve também contactar o SOSambiente (808 200 520).

Os mosquitos e melgas podem provocar reações, geralmente locais, uma vez que sua saliva é irritante e produz comichão. As carraças podem atacar durante todo o ano e encontram-se em áreas arborizadas e animais. Se se deslocar para regiões tropicais e subtropicais deverá estar atento a picadas de insetos que transmitem doenças como a malária. Nestes casos, deve seguir as instruções da consulta do viajante.

Notícias ao Minuto Margarida Cêpa© CUF

O peixe-aranha habitualmente está escondido na areia e tem espinhos venenosos na região dorsal e guelras, picando quem o pisa. Os ouriços encontram-se em águas rasas, rochas ou algas, o seu corpo coberto de espinhos que podem perfurar a pele. As alforrecas e as caravelas-portuguesas vivem no mar e libertam venenos que provocam dor intensa e queimaduras que poderão ter gravidade.

Quais são os sintomas?

Os sintomas mais comuns das picadas/mordeduras de insetos e aranhas são reações locais com dor, vermelhidão, comichão e inchaço na pele. O local da picada de abelha ou vespa raramente infecta, ao contrário do que acontece com os mosquitos, em que o ato de coçar pode levar à infeção da pele. A carraça normalmente não provoca dor no momento da picada, mas é veículo de doenças, devendo ficar atento. A picada de peixe-aranha é habitualmente bastante dolorosa, com comichão associada. No caso da alforreca e da caravela portuguesa, poderão surgir zonas circulares inflamadas com dor intensa. Em situações mais graves, mas felizmente pouco comuns, poderá haver reações mais exuberantes com comichão generalizada, urticária, vermelhidão, mal-estar geral, cansaço, febre, falta de ar, dificuldade a engolir, alteração da consciência, exigindo, nestas circunstâncias, observação médica.

Como atuar?

Na picada do inseto, este deverá ser retirado da pele, caso lá permaneça. Após uma picada de abelha deve tentar remover-se imediatamente o ferrão, evitando espremer a pele para não rebentar o saco de veneno. Deve limpar-se com água e sabão e aplicar gelo. Se for uma carraça, esta deve ser extraída inteira, agarrando-a o mais perto possível da pele com uma pinça limpa; de seguida limpar a área com água e desinfetante. Perante uma picada de animal marinho deve pedir ajuda ao nadador-salvador; ou proceder da seguinte forma: lave a zona afetada com água do mar (não água doce), remova qualquer espinho ou tentáculo e coloque água bem quente pelo menos durante 20 minutos.

Como prevenir?

Use roupa larga que cubra a maior parte das zonas do corpo e prefira cores claras;
Use sapatos e meias se for andar numa zona com vegetação;
Evite perfumes ou cosméticos com cheiros ativos no campo;
Evite movimentos bruscos quando abelhas ou vespas se aproximam;
Em casa: tenha o cuidado de manter as janelas e portas fechadas ao final do dia; coloque redes/telas nas portas e janelas; use repelentes elétricos de tomada. Se tiver ar condicionado, use-o;
Utilize repelentes corporais;
Evite locais com água estagnada, comida ou lixo, sobretudo ao amanhecer e ao anoitecer e áreas húmidas cobertas de folhagem ou erva alta.