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Saúde mental. Especialistas sugerem integração de psicólogo nas empresas

Os especialistas do Laboratório Português de Ambientes de Trabalho Saudáveis (LABPATS) consideram que a intervenção em saúde mental e prevenção do 'burnout' é prioritária nas empresas e recomendam a semana de quatro dias, sem perda de salário.

Saúde mental. Especialistas sugerem integração de psicólogo nas empresas
Notícias ao Minuto

07:31 - 16/05/23 por Lusa

Lifestyle Saúde mental

Um estudo feito pelo Laboratório Português de Ambientes de Trabalho Saudáveis (LABPATS), que hoje apresenta as suas recomendações ao nível das políticas, organizações, lideranças e profissionais, indica que quase 80% dos trabalhadores apresentam pelo menos um sintoma de 'burnout' e que os trabalhadores da saúde, educação e administração pública são os de maior risco.

Neste grupo de maior índice de risco estão igualmente os trabalhadores dos setores dos transportes, área social e comércio e retalho.

"O facto de cerca de 80% dizer que tem pelo menos um dos destes sintomas - tristeza, irritabilidade, exaustão e cansaço extremo - é algo que nos preocupa", disse à Lusa a psicóloga Tânia Gaspar.

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A coordenadora do LABPATS lembra que "há vários fatores de risco para o 'burnout'"."Por exemplo, pode haver exigência extrema a nível do esforço físico e psicológico, emocional ou até cognitivo, mas também [contribuem] as tensões e relações tóxicas com as lideranças e com os próprios colegas de trabalho".

Nas recomendações do LABPATS são sugeridas mudanças na legislação sobre saúde ocupacional, integrando nas equipas um psicólogo do trabalho/sociólogo do trabalho, para fortalecer a relevância da saúde mental e psicossocial, uma das dimensões que apresenta maior risco.

Tânia Gaspar refere igualmente que, para a situação de 'burnout' também pode contribuir o facto de a pessoa sentir que seu trabalho não é reconhecido ou que as suas competências estão mal aproveitadas.

"A pessoa acaba por ter um desempenho mais debilitado, (...) tende a trabalhar menos e a fazer mais erros, a ter mais 'stress', a criar mais relações menos positivas também no contexto laboral, afetando o trabalho de equipa", disse a responsável, insistindo: "Ter uma pessoa nesta situação também não é positivo para a própria organização e há aqui um trabalho de prevenção a fazer".

Os investigadores apontam igualmente a necessidade de as empresas desenvolverem estratégias de gestão de conflitos e chamarem a atenção para a importância de trabalhar a questão das lideranças.

Para Tânia Gaspar, as chefias intermédias são nas empresas um grupo em grande risco de 'stress' e devem ter uma intervenção específica, como o 'coaching de liderança', para garantir um ambiente de trabalho saudável.

A psicóloga clínica lembrou que as lideranças estão como que "numa posição de sanduíche": "Estão em grande pressão pois acabam por estar pressionadas pela administração para cumprir os objetivos (...) e pelas próprias características dos profissionais que são difíceis de gerir".

"Se eu tivesse de definir um ponto para intervir [nas empresas] era nas lideranças. Porque além de serem profissionais que também têm que ter bem-estar [no trabalho] eles têm uma grande influência no bem-estar dos outros", considerou.

Para os especialistas, a aplicação da semana de quatro dias, sem perda de remuneração, ajudaria a conciliar a vida profissional e familiar e a reter as novas gerações, para quem "o trabalho não é tudo na vida".

Tânia Gaspar considera que as empresas têm de mudar o seu paradigma "se querem reter os profissionais", explicando que "as novas gerações têm outra atitude face ao trabalho e valorizam realmente muito o seu bem-estar": "O trabalho é uma área da sua vida, mas não é a área da sua vida".

Quanto à semana de quatro dias, a investigadora sublinha que só funciona com algumas condições: "Que não haja decréscimo salarial, ou seja, que a pessoa não fique a receber menos, e que a pessoa não tenha que fazer o trabalho de todos os dias naqueles quatro dias, senão acaba por ficar completamente sobrecarregada".

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