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Maioria dos portugueses com asma não tem doença controlada. Eis os riscos

Em entrevista ao Lifestyle ao Minuto, a propósito do Dia Mundial da Asma, o presidente da Sociedade Portuguesa de Pneumologia, António Morais, alerta para o uso excessivo do inalador de alívio para a asma.

Maioria dos portugueses com asma não tem doença controlada. Eis os riscos

O uso excessivo (três ou mais vezes por semana) do inalador de alívio para a asma pode ser "um sinal de que a doença não está controlada", alerta António Morais, presidente da Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP), em declarações ao Lifestyle ao Minuto, a propósito do Dia Mundial da Asma. Mais: também faz disparar o risco de problemas cardiovasculares, depressão, agudizações graves ou até morte.

A inexistência de informação disponível sobre os padrões de utilização do inalador de alívio para a asma em Portugal, bem como a sua associação ao controlo da asma, levou à realização de um estudo (Characteristics of Reliever Inhaler Users and Asthma Control: A Cross-Sectional Multicenter Study in Portuguese Community Pharmacies), conduzido pelo Centro de Estudos e Avaliação em Saúde, junto de 388 pessoas com diagnóstico de asma autorreportado em 168 farmácias comunitárias. Os dados mostram que cerca de metade dos participantes (50,2%) usou o inalador de alívio mais de oito dias durante as quatro semanas anteriores à resposta ao inquérito, o que, segundo as guidelines globais GINA, é um fator indicador de mau controlo da asma. 

Notícias ao Minuto © António Morais

Precisamente com o intuito de alertar os profissionais de saúde e as pessoas com asma para as consequências do uso excessivo do inalador de alívio, foi desenvolvida a Campanha 'Quebra o Ciclo - Deixa a asma sem fôlego', uma iniciativa da Associação Portuguesa de Asmáticos. "A campanha pretende alertar para o uso dos beta-2 agonistas inalados de curta duração como terapêutica de primeira linha para a asma e como terapêutica de alívio, o que é incorreto e tem consequências nefastas para o controle da asma", adverte António Morais. "Por ser apenas um broncodilatador, sem o componente anti-inflamatório que trata a inflamação subjacente, não promove o controlo e pode dar uma sensação falsa de alívio", sendo que "a inflamação subjacente permanece, dado que não é convenientemente tratada", explica.

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O mesmo estudo revela também que um em cada quatro dos doentes relataram utilizar o inalador de alívio diariamente. Além disso, cerca de 23% dos inquiridos revelaram recorrer ao inalador três ou mais vezes por dia, sendo que, em média, este tipo de utilização duplica o risco de uma agudização grave da asma nos seis meses seguintes.

Como tal, "deve ser promovida a terapêutica inalatória de manutenção com a componente anti-inflamatória e broncodilatador e deve ser igualmente esta a terapêutica de alívio (broncodilatador de rápida ação)". "Com a asma controlada, a medicação inalatória de alívio será necessária apenas pontualmente", conclui o presidente da SPP. 

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