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Este ingrediente é proibido em cosméticos, sabia? Falámos com uma médica

Já ouviu falar de butylphenyl methylpropional? É um ingrediente proibido em cosméticos na União Europeia. Para saber que perigos representa falámos com Ana Castro Neves, imunoalergologista do Hospital Lusíadas e da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica.

Este ingrediente é proibido em cosméticos, sabia? Falámos com uma médica
Notícias ao Minuto

12:45 - 13/03/23 por Margarida Ribeiro

Lifestyle Butylphenyl methylpropional

Utilizado em vários cosméticos, o butylphenyl methylpropional tornou-se um ingrediente proibido, em março de 2022, na União Europeia e, consequentemente, em Portugal. Mesmo assim, ocasionalmente, o Infarmed - Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde anuncia a retirada de novos cosméticos do mercado. A última vez foi em janeiro deste ano. 

Como muitos ainda não sabem em que consiste este ingrediente e quais os seus efeitos prejudiciais, o Lifestyle ao Minuto falou com Ana Castro Neves, imunoalergologista do Hospital Lusíadas, mas também da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica, e esclareceu algumas dúvidas. 

De uma forma simples consegue explicar o que é o butylphenyl methylpropional?

O butylphenyl methylpropional é o nome científico de um composto químico sintético, utilizado como fragrância em diversos produtos cosméticos e produtos de higiene e limpeza. Também é conhecido pelo nome comercial de Lilial. 

Notícias ao Minuto Dra Ana Castro Neves© Hospital Lusíadas  

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Já foram retirados do mercado vários produtos feitos com este ingrediente. Que perigos representa?

Desde o início da sua utilização que este composto levantou preocupações sobre a sua segurança na saúde. Os peritos do Instituto de Investigação de Materiais para Fragrâncias (Research Institute for Fragrance Materials Expert Panel) avaliaram a sua segurança e a Associação Internacional de Fragrâncias (International Fragrance Association) estabeleceu as concentrações mínimas consideradas seguras para a sua utilização. 

Ou seja, foi estabelecido que o mesmo deve constar na lista de ingredientes do rótulo dos produtos e que a sua concentração não deve exceder 0,01%, em produtos com enxaguamento, e 0,001% em produtos sem enxaguamento 'leave-on', ou seja, que ficam na pele.

Já em maio de 2019 o Comité Científico de Segurança do Consumidor da Comissão Europeia considerou que a utilização continuada, e em simultâneo com diferentes produtos contendo este ingrediente, ultrapassava as concentrações consideradas seguras e, portanto, apresentava riscos para a população. 

Produtos com este ingrediente já estão em circulação há muito tempo. Porque é que o Infarmed - Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde só o retirou nos últimos anos? 

Ao longo dos anos foram efetuados vários estudos. Na sequência do parecer emitido pelo Comité Científico de Segurança do Consumidor da Comissão Europeia, a Agência Europeia dos Produtos Químicos classificou a substância como um material CMR (cancerígeno, mutagénico ou tóxico para a reprodução) tendo alterado o regulamento da União Europeia (UE) e determinado que a sua utilização como ingrediente em produtos cosméticos está proibida desde o dia 1 de março de 2022. 

Apesar de já ser proibido na União Europeia, continuam a aparecer produtos com este ingrediente. O que se deve fazer para o evitar?

Para evitar a utilização de produtos que contenham esta substância aconselha-se a ler atentamente os rótulos dos produtos. 

Esta sustância química pode ser encontrada no rótulo dos produtos na “lista de ingredientes” das seguintes formas: 

  • butylphenyl methylpropional
  • p-BMHCA
  • 2-(4-tert-Butylbenzyl) propionaldehyde
  • Lilial
  • Lilyal
  • Lilialdeyde
  • Benzenepropanal, 4-(1,1-dimethylethyl)-alpha-methyl-
  • alpha-Methyl-p-(tert-butyl)hydrocinnamaldehyde
  • CAS 80-54-6

Quais são os malefícios do butylphenylmethylpropional?

Pode causar diversos quadros clínicos com gravidade variável. Pode causar mais frequentemente irritação cutânea e alergia cutânea. Pode também interferir com a reprodução, nomeadamente, na fertilidade e no desenvolvimento fetal, e aparentemente também tem risco potencial cancerígeno com possibilidade de causar alterações no genoma humano. 

Toda a gente os sente? Ou afeta só alguns tipos de indivíduos? 

Em indivíduos com a pele sensível, a tendência é desenvolver alergia, com patologia cutânea subjacente. Crianças até aos três anos de idade têm maior probabilidade de se sensibilizarem a este produto e desenvolverem doença. As grávidas são também mais vulneráveis devido ao potencial perigo de causar alterações do feto. Relativamente aos restantes perigos, aparentemente, o risco é semelhante para todos os utilizadores e dependente da exposição ao produto. 

O que recomenda fazer caso se use um produto com este ingrediente sem saber? 

Apesar de estar proibido o seu uso nos cosméticos, também se recomenda evitar o uso de produtos de limpeza que contenham este ingrediente. Caso ainda tenha algum deverá suspender a sua utilização de imediato. Já no caso da comercialização de produtos cosméticos contendo o composto deverá ser informado o Infarmed.

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