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Afinal, existe um 13.º signo? O zodíaco vai mudar? Astróloga esclarece

A dúvida surge várias vezes e, como deixa muitos inquietos, falámos com Marlene Dâmaso, astróloga e membro da Associação Portuguesa de Astrologia, que explicou tudo ao pormenor.

Afinal, existe um 13.º signo? O zodíaco vai mudar? Astróloga esclarece
Notícias ao Minuto

08:35 - 01/03/23 por Margarida Ribeiro

Lifestyle Astrologia

Surgem, regularmente, dúvidas sobre astrologia e uma das mais comuns é a existência de um alegado 13.º signo, o Serpentário, cuja adição mudaria significativamente o zodíaco.

É que, tendo em conta as suas características, o signo iria ser colocado entre Escorpião e Sagitário, o que já causou muito alvoroço nas redes sociais e não só.

O fenómeno resulta da ligação entre astrologia e astronomia e tem vindo, ao longo dos anos, a ser explicado por múltiplos astrólogos e até pela NASA.

Para entender melhor a relação entre as duas áreas e esclarecer a questão do 13.º signo de uma vez por todas o Lifestyle ao Minuto falou com a astróloga, e membro da Associação Portuguesa de Astrologia, Marlene Dâmaso. 

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Ao longo dos tempos, novos astrólogos concebem uma visão diferente e mais atual dos símbolos astrológicos, com novas teorias e técnicas que adicionam outras informaçõesQual é a relação entre astronomia e astrologia? Que influência tem a primeira na segunda? 

Desde sempre que o Homem se interessou pela observação dos céus e pela cadência dos diferentes ritmos dos ciclos dos astros, pois acreditava que este conhecimento lhe permitia melhor conhecer-se a si próprio e ao mundo que o rodeia. Assim, a astronomia e a astrologia nasciam juntas, numa relação de complementaridade entre o estudo dos astros, por um lado, e a sua relação com a vida na terra, por outro.

Os textos mais antigos, cerca de 1600 a. C, testemunham a forma como as diferentes civilizações estabeleceram os seus sistemas astrológicos bastante distintos, mas com uma base comum: o Homem como o intermediário entre as mensagens dos céus e a vida na terra com todos os seus desafios e bênçãos. Por outras palavras, à medida que a perceção e o conhecimento do universo se alteram para aquele que o observa, também se alteram as interpretações do mesmo.

Somente a partir do século XVIII, com a chegada da era da razão, a astrologia perde o seu reconhecimento como ciência, e ambas as áreas de estudo se separam, mas sem nunca deixarem de se completar.

Notícias ao Minuto A astróloga© Marlene Dâmaso  

A astrologia é algo que está em constante mudança? Porquê? Que eventos a afetam? 

A astrologia é a ciência do tempo, não só porque se baseia na observação de fenómenos e posições astrológicas ao longo do tempo, permitindo determinar padrões observáveis, mas também porque se tem desenvolvido e moldado até chegar até nós tal como a conhecemos e percebemos agora.

No seu início, o astrólogo era também o astrónomo, o psicólogo, o filósofo, o religioso, o naturista, ou seja, um homem de ciência. Muito recentemente, no século XX, a astrologia moderna assume uma perspetiva humanista pela adoção do conceito de terapia centrada no indivíduo e apoiada nas teorias do inconsciente de Carl Jung.

A partir do século XVII, o Ocidente deixa de seguir uma astrologia tradicional, baseada em Ptolomeu, tendencialmente fatalista e que ainda não contemplava os planetas mais recentemente observados, como Úrano (1781), Neptuno (1846) e Plutão (1930). Estes novos planetas associaram-se a um signo e uma casa astrológica, e passaram a enriquecer a leitura dos mapas de nascimento, com informações sobre a nossa capacidade inventiva e de libertação, os nossos sonhos e ilusões, bem como a nossa capacidade transformadora, entre muitas outras possíveis leituras.

Ao longo dos tempos, novos astrólogos concebem uma visão diferente e mais atual dos símbolos astrológicos, com novas teorias e técnicas que adicionam outras informações. São exemplos disso Dane Rudhyar, cujo trabalho salienta a importância da atitude do indivíduo face aos eventos astrológicos, ou Marc Edmund Jones, que delineou a teoria dos modelos planetários. Já em 1977, a observação do asteroide Quíron por Charles Kowalen permitiu ao astrólogo identificar no mapa natal uma área de vida que o indivíduo precisa de explorar de forma a curar as suas dores mais profundas e assim evitar repetir os mesmos erros. 

Esta situação costuma gerar alguma controvérsia entre astrólogos, mas é tão somente mais um exemplo da cisão que por vezes existe entre astronomia e astrologia

É mesmo possível que exista um 13.º signo? O Serpentário? 

O zodíaco com o qual estamos mais familiarizados, com os seus doze signos, ocupando um cinturão de 360º, à volta do nosso planeta não corresponde a nenhum fenómeno celeste diretamente percetível aos nossos olhos, mas resulta de uma construção na forma elíptica baseada na associação de diferentes constelações a cada signo e pelas quais o sol cumpre com o seu percurso.

Assim, os cálculos e os movimentos geométricos tomam o lugar da observação dos céus, e mais recentemente os programas de computador disponibilizam mapas a qualquer utilizador. Contudo, o problema surge quando o sol, entre o dia 30 de novembro e 18 de dezembro efetua o seu percurso por Ophiuchus, uma constelação bastante antiga, com 11 estrelas, mas que nunca fora contemplada na faixa do zodíaco, mas fundida com o signo de escorpião.

Esta situação costuma gerar alguma controvérsia entre astrólogos, mas é tão somente mais um exemplo da cisão que por vezes existe entre astronomia e astrologia, sendo que esta última alicerça o seu estudo numa aparente representação do céu real, através da divisão arbitrária da elíptica em doze casas, doze signos, desconsiderando, desta forma, este último signo.

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De onde surge o nome Serpentário? 

Ophiuchus, Ofiúco ou Serpentário é conhecido também como 'o domador da serpente', aquele que agarra com uma das mãos a cabeça da serpente, e com a outra mão a sua cauda. De acordo com a sua origem grega, o Serpentário representa Asclépio, o físico que foi capaz de criar uma poção curativa a partir do veneno de uma serpente, dando-lhe o acesso à imortalidade, o que desagradou o deus grego do submundo. Asclépio era venerado pelos curadores e os que necessitavam de cura, e o seu bordão tornou-se o símbolo da Organização Mundial de Saúde. 

Onde se iria inserir entre os restantes signos?

A ser contemplado na faixa zodiacal, este 13.º signo posicionar-se-ia entre Escorpião e Sagitário, e, dada a sua proximidade a estes dois signos, seria interpretado de acordo com o cruzamento de ambas as energias dos signos com os quais já estamos mais familiarizados.

Contudo, se atendermos à análise do significado das estrelas que compõem a constelação, ou que se aproximam dela, como a Serpente, podemos obter uma leitura bastante mais particular. Em outras palavras, representará, possivelmente, um ponto no nosso mapa que indica o desejo de curarmos uma ferida, tal como Asclépio, pessoal ou social, dado o seu posicionamento, pelo domínio passional e destemido contra os perigos nem sempre aparentes, através da sabedoria e do desejo de transformação e evolução espiritual, de acordo com o simbolismo da serpente.

Uma vez que os astrólogos baseiam as suas conceções em convenções, a existência desta constelação poderá não representar grande interesse prático, a não ser um possível acréscimo de informação à leitura do mapa natal

A história de um 13.º signo tende a reaparecer? Porquê? 

Uma vez que os astrólogos baseiam as suas conceções em convenções, a existência desta constelação poderá não representar grande interesse prático, a não ser um possível acréscimo de informação à leitura do mapa natal, mas que carece de maior estruturação e organização mediante a observação da repetição de padrões que poderão fornecer uma leitura mais fidedigna e integrada desta energia no nosso círculo do zodíaco.

No dia 24 de março de 2023 Plutão ingressa em Aquário, marcando o início de um ciclo de 20 anos, e lá permanecerá até 2043. Ainda retrogradará a Capricórnio, para depois permanecer em Aquário, definitivamente, após novembro de 2024, dando início ao seu propósito de transmutação e renovação. A última vez que vivenciamos este ciclo em específico, foi descoberto o planeta Úrano, em 1781, expandindo-se assim o paradigma da existência de sete planetas que havia prevalecido por alguns milhares de anos, e que se tornaria o regente do signo de Aquário, associado, por seu turno, à própria Astrologia.

A nossa perceção do nosso sistema solar sofreu alterações, trazendo implicações para a astrologia, astronomia e astrofísica, sendo que será de esperar que, na repetição deste evento astrológico, se prevejam novas alterações profundas e quiçá uma melhor perceção da influência desta constelação no nosso sistema astrológico. 

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