O ruído em excesso - ou poluição sonora - é um grave problema que afeta toda a população, em especial a que vive nas grandes cidades. Sem nos darmos conta, estamos expostos a níveis de poluição sonora altamente prejudiciais para a nossa saúde
Dados da Agência Europeia do Ambiente, citados pela Minisom em comunicado, mostram que uma em cada cinco pessoas na Europa está exposta a níveis de ruído nocivos, sendo o tráfego rodoviário a principal fonte de poluição sonora ambiental. Em Portugal, um em cada quatro indivíduos está exposto a altos níveis de ruído provocados pelo tráfego rodoviário durante o dia. Um em cada seis portugueses está exposto a níveis noturnos de ruído do tráfego rodoviário que excedem 50 decibéis e que provocam distúrbios do sono.
Em Portugal, num estudo realizado em 2015 pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, 1.6 milhões de indivíduos (23,7%) admitiam ter dificuldades em ouvir. Verificou-se que os problemas de audição eram mais comuns nos idosos (entre os 65 e 74 anos, representados em 41,7%) e na região do Alentejo (28,6%). Apenas 2,7% dos portugueses referiram o uso de prótese auditiva. Porém, metade dos utilizadores de prótese ainda apresentam dificuldades auditivas.
Não é possível reverter totalmente a perda de audição que acontece naturalmente com o avançar da idade, mas é possível prevenir que esta agrave, em particular nos jovens. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a faixa etária entre os 12 e os 35 anos é cada vez mais impactada, devido à utilização frequente de auscultadores, leitores de música portáteis e à permanência em locais de divertimento com elevados níveis de ruído. Estes fatores conduzem a que, cada vez com mais frequência, os jovens apresentem níveis de perda auditiva geralmente encontrada em adultos com mais de 60 anos de idade.
Segundo a Minisom, mais de um milhão de portugueses sofre, atualmente, de perda auditiva, problema que atinge de igual forma homens e mulheres, e que tem "um forte impacto psicológico". "De facto, quando não tratada, a perda auditiva, pode ter consequências muito negativas para a qualidade de vida dos indivíduos e dos seus relacionamentos sociais e profissionais, podendo levar a situações de isolamento, solidão e depressão".
Ainda assim, este problema pode ser controlado com a consciencialização dos fatores de risco. A exposição a ruídos altos e a exposição prolongada ao ruído são duas das principais causas para a perda de audição. A pensar nisso, a Minisom deixa algumas recomendações:
Evitar o ruído excessivo em bares, discotecas ou concertos, faça pausas e saia para o exterior e evite ficar muito próximo das colunas de som;
Utilizar protetores auditivos sempre que estiver exposto frequentemente a fontes de ruído, como no trabalho;
Esteja atento a sinais que os ouvidos podem dar, como zumbidos, otites, dores ou mesmo dificuldades auditivas;
Ter exames de audição regulares, pelo menos anuais, e não subestimar os distúrbios da audição.
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