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Cuidados a ter com a voz e os sintomas que jamais pode ignorar

Artigo de opinião da autoria de Miguel Viana, Otorrinolaringologista no Instituto CUF Porto e Clínica CUF S. João da Madeira - Consulta da Voz.

Cuidados a ter com a voz e os sintomas que jamais pode ignorar
Notícias ao Minuto

20:01 - 14/04/22 por Notícias ao Minuto

Lifestyle Médico explica

A voz é uma forma fundamental de expressão do indivíduo, indispensável no seu relacionamento social. Depende da atividade balanceada entre três sistemas: respiratório (pulmões), vibratório (laringe) e de ressonância (cavidade nasal, cavidade oral e faringe). Qualquer situação que comprometa o normal funcionamento de um ou mais destes sistemas pode levar a alterações da voz e consequente rouquidão. É, por isso, importante estar atento e reconhecer quando deve procurar ajuda especializada para um diagnóstico e tratamento precoce.

Quais os sintomas de alterações da voz a que deve estar atento?

A rouquidão (disfonia) é um sinal importante de que algo não está bem na emissão da voz. Associadamente, podemos notar pigarro, cansaço vocal, esforço e dificuldade na projeção vocal, dor ou sensação de corpo estranho na garganta, engasgamento e sensação de falta de ar.

Quais são os fatores de risco?

As profissões mais dependentes da voz estão em maior risco, como por exemplo, professores, advogados, cantores, vendedores. Outros problemas de saúde como rinite, refluxo gastroesofágico, doenças pulmonares, alterações hormonais ou mesmo medicação crónica, podem contribuir para a sua génese. O tabagismo e alcoolismo podem predispor a alterações vocais mais graves com eventual malignidade.

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Dr. Miguel Viana© DR

Quais são as doenças mais comuns das cordas vocais?

As patologias mais frequentes das cordas vocais que causam rouquidão são benignas: nódulos, pólipos, quistos, edema de Reinke, laringite, granulomas vocais.

A papilomatose laríngea, a paralisia de corda vocal e os tumores malignos são situações que requerem diagnóstico precoce e tratamento tão rápido quanto possível.

Que exames devemos realizar para detetar precocemente problemas na voz?

A avaliação e tratamento das alterações da voz devem ser acompanhados por um médico. Quando os sintomas persistem por mais de quinze dias, devemos procurar o Otorrinolaringologista. Muitos centros dispõem já de Consultas de Voz (Otorrinolaringologia e Terapia da Fala), destinadas a determinar e otimizar o tratamento mais adequado a cada situação clínica.

O diagnóstico correto é facilitado pelo recurso a endoscopia (vídeonasofibrolaringoscopia) que se pode realizar na própria consulta e permite avaliar grande parte das doenças associadas à rouquidão. Alguns endoscópios dispõem de tecnologia de alta definição de imagem, imagem 3D e filtros do espectro de luz, permitindo o estudo mais detalhado destas lesões, e melhor avaliação do seu potencial de perigosidade.

A Análise Acústica da voz permite, de forma não invasiva, quantificar a qualidade vocal através dos diferentes parâmetros acústicos que compõem o sinal gravado da voz.

A Estroboscopia, que permite avaliar a aspetos fundamentais da frequência de voz, a periodicidade de vibração das cordas vocais, bem como o seu movimento de abertura e encerramento é considerado um exame fundamental na avaliação da voz.

Em que casos está indicada a cirurgia?

A cirurgia das cordas vocais, designada de microcirurgia laríngea, está indicada quando a rouquidão persistente resulta de alterações estruturais das cordas vocais. É realizada no Bloco Operatório, sob anestesia geral e com recurso a microscópio cirúrgico e microinstrumentos.  O uso do LASER nesta cirurgia, sobretudo no caso de tumores malignos, permite aumentar a precisão de corte, sendo que em centros com experiência a indicação para o seu uso tem sido ampliada.

Que cuidados devemos ter com a voz? 

No dia a dia, devemos adotar alguns cuidados que ajudam a 'proteger' a voz, nomeadamente: a hidratação (beber cerca de dois litros de água ao longo do dia); evitar bebidas muito frias ou muito quentes; evitar falar por longos períodos, não gritar, não falar/trabalhar em ambientes ruidosos; fazer uma alimentação saudável; evitar alimentos que predisponham ao refluxo gastroesofágico (gorduras, citrinos, café em excesso, chocolate ou comidas muito condimentadas); evitar alimentos derivados de leite em excesso; procurar repousar a voz em situações de alergias, gripes ou problemas respiratórios; Usar microfone ao falar em locais amplos ou com público numeroso; não falar enquanto faz esforço ou exercício físico; evitar poluição ou locais com muito pó; procurar reconhecer os sintomas de esforço vocal  e reduzir o ritmo de trabalho ou fazer pausas para repouso.

E não se esqueça: cuidar diariamente da sua voz é fácil e previne inúmeros problemas.

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