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Ensaio vai testar medicamentos para tratamento precoce em África

Um consórcio de 26 centros de investigação começou a recrutar participantes para o maior ensaio clínico para tratar casos ligeiros de covid-19 em 13 países africanos, incluindo os lusófonos Moçambique e Guiné Equatorial.

Ensaio vai testar medicamentos para tratamento precoce em África
Notícias ao Minuto

13:25 - 27/04/21 por Lusa

Lifestyle Covid-19

O ensaio, denominado Anticov, foi lançado em novembro e vai entrar na fase de recrutamento de voluntários para testar a combinação dos medicamentos nitazoxanida e ciclesonida em pessoas infeções ligeiras a moderadas pelo coronavírus.

O ensaio é coordenado pela Iniciativa Medicamentos para Doenças Negligenciadas (DNDi) e é o maior ensaio em África para identificar tratamentos precoces para a covid-19 que possam impedir a sua progressão para doenças graves e limitar a capacidade de transmissão.

Entre as instituições participantes estão os centros de Investigação em Saúde de Manhiça e de Investigação e Treino em Saúde da Polana Caniço (CISPOC), de Moçambique.

Os investigadores advertiram que muitos hospitais africanos estão a esgotar a capacidade de cuidados intensivos e que as doses de vacinas que chegam aos países africanos são escassas, enquanto surgem novas variantes do coronavírus.

Por isso, defendem, são necessários urgentemente "tratamentos acessíveis e fáceis de administrar que possam impedir a progressão para doenças graves e abrandar a taxa de infeção".

Os cientistas esperam que a propagação das novas variantes aumente as infeções nos próximos meses.

Neste contexto, o ensaio Anticov irá testar um potencial novo tratamento que combina o amplamente conhecido medicamento antiparasitário nitazoxanida e a ciclesonida, um corticoesteroide inalado.

Segundo o Instituto de Salud Global de Barcelona (ISGlobal), de Espanha, que também participa na iniciativa, a combinação tem dois mecanismos que podem atuar em fases diferentes da infeção: um é potencialmente ativo durante a fase inicial de replicação viral da infeção pelo SARS-CoV-2, e o outro reduz a probabilidade de uma fase inflamatória que pode começar alguns dias mais tarde.

Ambos os medicamentos já estão comercialmente disponíveis, são acessíveis, e se se demonstrar que são eficazes contra a covid-19 são de fácil acesso e administração.

Seria também um dos poucos tratamentos para prevenir a progressão da covid-19 para doença grave.

A inclusão da combinação nitazoxanida e ciclesonida neste ensaio foi avaliada através do Fórum Africano de Regulamentação de Vacinas (AVAREF), estabelecido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) - que facilitou o processo de regulamentação em cada um dos países - e pelo Comité de Ética em Investigação da OMS para a covid-19.

Os primeiros participantes neste estudo foram recrutados na República Democrática do Congo (RDCongo) e na Guiné-Conacri e, nas próximas semanas, os novos centros de ensaio incluirão participantes no Burkina Faso, Camarões, Costa do Marfim, Guiné Equatorial, Etiópia, Gana, Quénia, Mali, Moçambique, Sudão e Uganda.

Em Moçambique, onde o ISGlobal está a trabalhar em coordenação com os dois dos centros de ensaios clínicos, espera-se que o recrutamento de participantes comece no final de maio.

"Já temos aprovação nacional e estamos à espera de que a Direção Nacional de Farmácia nos autorize a importar os medicamentos", explicou Laura de la Fuente, coordenadora do Anticov em Moçambique, citada pela agência de notícias EFE.

África registou mais 275 mortes associadas à covid-19 nas últimas 24 horas, para um total de 120.420 desde o início da pandemia, e 40.181 novos casos de infeção, segundo os dados oficiais mais recentes no continente.

De acordo com o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC), o número total de infetados nos 55 Estados-membros da organização é de 4.546.235 e o de recuperados da doença nas últimas 24 horas é de 11.577, subindo para 4.057.022 desde o início da pandemia.

Moçambique regista 809 mortes e 69.715 casos e a Guiné Equatorial 107 óbitos e 7.559 casos.

Leia Também: Oxford. Cientistas vão estudar efeito do sistema imunitário na reinfeção

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