Vítimas de violência têm risco 40% maior de morrer por qualquer causa
Um estudo britânico aponta que em mulheres que sofrem abusos a probabilidade de incidência de doenças cardiovasculares é 31% mais elevada. Já o risco de diabetes tipo 2 aumenta para uns exponenciais 51%.
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Investigadores das universidades de Warwick e de Birmingham, ambas no Reino Unido, apuraram que mulheres que já foram vítimas de violência doméstica apresentam uma possibilidade 40% superior de morrer devido a qualquer causa, comparativamente à restante população. Adicionalmente, os académicos constataram que estas mulheres estão mais predispostas a sofrer de patologias cardíacas e de diabetes tipo 2.
O estudo publicado na revista científica Journal of the American Heart Association, e divulgado pela revista Galileu, teve como base a análise de mais de 18.547 registos médicos de mulheres submetidas a comportamentos abusivos na Grã-Bretanha entre 1995 e 2017.
Para efeitos daquela pesquisa, esses registos médicos foram comparados aos de 72.231 mulheres com condições sociais e de saúde similares, mas que jamais haviam sido vítimas de violência.
Após analisarem as informações recolhidas, os cientistas notaram que estas vítimas estavam mais suscetíveis a padecer de várias doenças. A probabilidade de ocorrência de doenças cardíacas aumentou em 31% e de diabetes de tipo 2 em 51%.
E como se não bastasse os investigadores britânicos verificaram que o risco de morte por qualquer motivo, durante a realização da pesquisa, entre as mulheres que sofreram violência é 44% mais elevada.
Contudo, e como sublinha a revista Galileu, os académicos não foram capazes de discernir com exatidão o porquê desse aumento. "Como mais detalhes dessas experiências não estão disponíveis nos registos, não foi possível avaliar se a gravidade do abuso doméstico está associada a um risco diferente", refere Joht Singh Chandan, principal autor da pesquisa, num comunicado partilhado com a imprensa.
Ainda assim os especialistas parecem concordar que a prevalência acrescida de problemas de saúde se pode dever a uma qualidade de vida de certo modo inferior experienciada por estas mulheres.
"O estilo de vida contribui para o desenvolvimento de doença cardiometabólica, portanto, necessitamos de abordagens de saúde pública de modo a gerir este cenário em mulheres que sofreram abusos domésticos'', conclui Joht.
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