O Museu do Oriente tem uma proposta interessante para si. Tinturaria, tecelagem e urdidura de teias são alguns dos conceitos que irão ser esclarecidos no workshop de iniciação às técnicas de Ikat, que se realiza em quatro sessões, nos primeiros fins-de-semana de fevereiro.
"Nos dias 1, 2, 8 e 9, os participantes vão aprender técnicas de tinturaria e tecelagem, começando por urdir teias nas quais vão realizar reservas para isolar a entrada da cor, criando os efeitos característicos do Ikat. Depois de tingir e montar as teias nos teares, vão aprender a tecer e surpreender-se com os efeitos resultantes desta técnica. No final do workshop, cada participante levará para casa uma pequena peça com o resultado do seu trabalho", garante o Museu.
De acordo com a organização, durante milhares de anos, o Ikat, uma das técnicas decorativas mais comuns existente também nos tais futus timorenses, foi um elemento central da cultura austronésia, funcionando como um meio de comunicação e linguagem, transmitindo valores e normas, sentido de pertença, diferenciando classes sociais, testemunhando fenómenos de interculturalidade, de significados, associações, carga simbólica e mitos de origem, materializados nos padrões decorativos, nas cores usadas e na ordem da sua aplicação. Grande parte destes panos, tecidos pelas mulheres de uma linhagem, era guardado, sendo considerado património dessa linhagem e necessário para as trocas rituais em cerimónias de aliança, casamento, nascimento e morte.