A polémica inferência é o resultado de um estudo que explorou a fisiologia do cérebro de alcoólicos, envolvidos há vários anos em grupos de apoio à recuperação. Os participantes que usavam a oração, após visualizarem imagens relativas a álcool, relataram sentir menos vontade de beber e surpreendentemente exibiam um aumento de atividade em regiões do cérebro que controlam a emoção e concentração.
A pesquisa, realizada por investigadores da instituição de ensino superior NYU Langone Medical centre, examinou os cérebros de 20 voluntários que foram colocados num scanner de ressonância magnética. Depois, foi-lhes mostradas imagens de bebidas alcoólicas ou de pessoas a beber.
Numa primeira interação, os indivíduos foram convidados a ler um artigo à escolha num jornal. Já na segunda ronda, recitaram a oração mais popular dos AA nos Estados Unidos, denominada de ‘oração da serenidade’, que visa promover a abstinência do álcool e que lê assim: “Deus, concede-me serenidade para aceitar as coisas que não posso mudar, coragem para mudar as coisas que posso e sabedoria para saber a diferença”.
De acordo com os investigadores, o desejo por álcool diminuiu de facto após os membros terem recitado a oração.
“Os dados apurados sugerem que a experiência do AA, ao longo dos anos, tinha deixado esses membros com uma capacidade inata de recorrer à oração para minimizar o desejo do álcool”, disse o líder do estudo Marc Galanter, professor de psiquiatria e diretor da Divisão de Alcoolismo e Abuso de Drogas na NYU Langone.