Nada como uma boa noite de sono para recuperar de uma constipação ou gripe. Apesar do conselho parecer algo que provavelmente a sua mãe diria, quem garante é um grupo de cientistas alemães, segundo uma reportagem divulgada pela revista Galileu. Os investigadores apuraram que dormir fortalece a potência de certas células imunitárias, melhorando as chances de destruir as células infetadas pelo vírus.
Quando as células T, o grupo de glóbulos brancos (leucócitos) responsáveis pela defesa do organismo contra agentes desconhecidos (antígenos), detetam uma célula infetada por vírus, ativam uma proteína conhecida como integrina, que permite que se liguem a essa célula.
A pesquisa publicada no periódico científico Experimental Medicine revela que dormir poucas horas de sono, bem como períodos prolongados de stress, provocam a incidência de níveis mais altos de certas hormonas que parecem bloquear o interruptor principal que ativa as proteínas pegajosas. A investigação
O líder do estudo, Stoyan Dimitrov, investigador da Universidade de Tubingen, na Alemanha, suspeitava que determinadas hormonas (como epinefrina, norepinefrina, adenosina e prostaglandinas) poderiam impedir a ativação das proteínas pegajosas, desativando o interruptor principal.
Para testar essa hipótese, ele e sua equipa estudaram células de pessoas infetadas com citomegalovírus, um subgrupo do vírus da herpes. Supõe-se que as células T procurem e destruam células infetadas, mas quando as células T dos pacientes foram misturadas com as hormonas suspeitas em tubos de ensaio, a capacidade das células T de ativar as proteínas pegajosas caiu.
De seguida, os cientistas analisaram o que ocorreu nas pessoas. Sabendo que os níveis desses hormonas caem naturalmente durante o sono, reuniram 10 voluntários saudáveis que estavam dispostos a passar uma noite a dormir num laboratório de sono e outra noite, aproximadamente duas semanas depois, acordados no mesmo laboratório.
Durante as noites designadas para dormir, os voluntários foram ligados a cateteres intravenosos, para que os especialistas pudessem coletar amostras de sangue sem perturbar o seu sono.
Ao comparar as células T recolhidas em noites de sono às células T das noites de vigília, descobriu-se que quando os voluntários dormiam, os níveis de hormonas do stress eram mais reduzidos do que quando os voluntários ficavam acordados a noite toda. Mais importante, as células T das noites de sono tinham mais proteínas pegajosas que combatem a infeção.