O leitor perguntou: Por que razão a minha pálpebra não para de tremer?

Já sentiu um súbito e incontrolável tremor na pálpebra? Que desaparece rapidamente ou que se prolonga durante um dia inteiro ou até por semanas?

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Liliana Lopes Monteiro
22/01/2019 07:20 ‧ 22/01/2019 por Liliana Lopes Monteiro

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Bem, regra geral, esse tremor não é motivo para preocupação, conforme explicou o médico Wayne Cornblath, professor de oftalmologia no Kellogg Eye Center, da Universidade de Michigan, Estados Unidos, em declarações à revista Time: “É algo que acontece a todos nós de quando em quando. Esfrega, e eventualmente para“, disse.

Cornblath refere-se a um tipo de espasmo muscular suave que ocorre na região da pálpebra. Embora incómodo, este tende a desaparecer em apenas alguns dias ou minutos. Aparentemente, estes espasmos podem ser provocados devido ao consumo excessivo de cafeína, além de outros estimulantes cerebrais, embora os mecanismos por trás do tremor ainda permaneçam envoltos em mistério.

De acordo com o professor, um estudo realizado pela Universidade de York, no Canadá, revelou que a cafeína induz a libertação de neurotransmissores como a serotonina e noradrenalina, que induzem o estado de excitação: “A cafeína é um estimulante e aumenta a reatividade dentro dos músculos e nervos“, explicou Cornblath. “Isso pode, de alguma forma, explicar como a cafeína ocasionalmente faz as pálpebras tremerem”.

Todavia, dormir pouco também pode estar relacionado com a condição.

“A pesquisa mostrou que há de facto uma correlação, e sabemos que dormir mais pode ajudar, mas não sabemos o porquê. O mesmo pode ser dito para espasmos musculares em geral, que são bastante comuns. Também já considerámos fatores como o baixo teor de potássio ou desidratação dos indivíduos, mas quanto a isso ainda não há muitas evidências”, acrescentou Cornblath.

Já para Rebecca Taylor, porta-voz da Academia Norte-Americana de Oftalmologia, o stress também pode desempenhar um papel no tremor.

“Quando estamos exaustos, produzimos mais epinefrina – uma molécula de luta e fuga que prepara o corpo para uma reação. Este aumento do estado de excitação muscular pode manifestar-se em pequenas contrações ou espasmos, como o da pálpebra”.

Em casos mais raros pode acontecer que o espasmo persista e não passe. Segundo Cornblath, somente tratamentos à base de Botox podem resolver o problema, uma vez que a substância ‘desliga’ temporariamente a conexão entre os músculos e nervos. No entanto, para todos os efeitos, os espasmos das pálpebras geralmente são inofensivos. Mas, isso apenas se não se espalharem pelo corpo.

Segundo Taylor, pode tratar-se de uma condição chamada de blefaroespasmo, que atinge 0,1% da população, ou outro problema que pode ser descoberto e auxiliado por um especialista, por isso, se os espasmos na pálpebra (também podem ocorrer nas duas) não passarem em algumas horas ou em poucos dias, ou se sentir que está a experienciar espasmos noutras regiões do corpo e não somente nas pálpebras, deverá procurar ajuda médica o quanto antes, especialmente de um neurologista.

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