Histórias trágicas sobre casais de idosos que morrem pouco tempo um após o outro não são de todo fora do comum – e ao que parece há uma razão científica para tal acontecer.
Um novo estudo publicado no periódico Psychoneuroendocrinologym confirmou que a dor pode ser letal, e que sim é possível morrer devido a um coração partido.
Pessoas que lutam para seguir em frente após a morte de um ente querido apresentam um maior risco de falecer prematuramente, o que se deve sobretudo à inflamação.
Um grupo de investigadores da Universidade de Rice, nos Estados Unidos, conduziu entrevistas e testou o sangue de 99 pessoas cujos conjugues tinham morrido recentemente.
Compararam pessoas que mostravam sintomas ‘de grande dor’ - tal como ansiar pelo falecido, dificuldade em seguir em frente, sentir que a vida não tem significado e a incapacidade de aceitar a realidade da perda – a outros indivíduos que não demonstravam esses comportamentos.
Viúvos e viúvas com esses sintomas apresentavam níveis de inflamação no organismo até 17% mais elevados – uma parte vital do sistema imunitário e um fator que contribui para o aparecimento de doenças fatais como patologias cardiovasculares, cancro e diabetes.
O líder do estudo, o professor Chris Fagundes disse: “Pesquisas prévias já haviam revelado que a inflamação contribui para o desenvolvimento de quase todos os tipos de doenças na idade adulta”.
“Sabemos também que a depressão está associada a índices altos de inflamação, e que aqueles que perdem um parceiro tem um risco consideravelmente maior de sofrerem de depressão major, ataques cardíacos, enfarte e morte prematura”.
“Todavia, esta é a primeira pesquisa que confirma que a dor – independentemente do nível de sintomas depressivos que assolam os indivíduos – pode promover a inflamação, que por sua vez pode impactar negativamente na saúde”.