Há 18 meses, a revista Elle publicou os resultados de uma investigação que levou a cabo sobre o famoso psicanalista Gérard Miller, depois de várias mulheres o terem acusado de abuso sexual.
Na altura, Miller - que se tornou conhecido devido aos seus programas de televisão - garantiu que queria falar rapidamente com a polícia e, desta forma, contar a sua versão da história.
Ora, segundo o Le Parisen, o arguido terá mudado de ideias, permanecendo em silêncio durante as 48 horas em que esteve detido pelas autoridades.
Entretanto, Gérard Miller tomou conhecimento de que tinha sido acusado de seis crimes. Quatro deles envolvem agressões sexuais e violações cometidos contra vítimas menores de idade e dois com adultos.
Gérard Miller escolhia as suas vítimas nos programas de televisão
Gérard Miller, de 77 anos, está a ser acompanhado de perto pelas autoridades francesas. Para além de ter sido obrigado a pagar uma fiança de 65.000 euros e de se submeter a um "tratamento", foi também proibido de exercer qualquer atividade enquanto psicanalista, que implique qualquer contacto com menores. Da mesma forma está impedido de contactar com menores de idade.
Miller, recorde-se, era um dos comentadores mais famosos de televisão, tendo se tornado conhecido ao lado do apresentador Laurent Ruquier.
Seria nesses programas que este escolhia as suas vítimas. Estas eram convidadas para irem a sua casa ou ao escritório. Segundo a imprensa francesa, os abusos terão ocorrido sobre o pretexto de sessões de hipnose.
"A minha cliente está satisfeita por saber que acreditaram nela"
Uma das vítimas de Miller diz ter sido forçada a fazer sexo oral com a estrela de televisão em 2001.
Na altura, ela e uma amiga escreveram para Gérard Miller a pedir uma entrevista, uma vez que ambas se interessavam por psicanálise. O objetivo era escrever um artigo para o jornal da escola que frequentavam em Paris.
Quando o escândalo se tornou público, o psicanalista declarou-se inocente, dando a entender numa partilha que fez na rede social X que todas as relações sexuais que teve foram consensuais. "Nada do que percebi indicou-me que quisessem pôr fim à situação, porque senão teria terminado naquele mesmo instante".
Este ainda notou que nunca praticou hipnose em casa ou no escritório. O que aconteciam eram "testes básicos" com quem aceitasse se submeter, sendo que durante estes momentos as pessoas permaneciam totalmente conscientes.