Eva Longoria foi uma das estrelas do icónico desfile Le Défilé, promovido pela L'Oréal Paris na capital francesa, que decorreu na segunda-feira, 29 de setembro. Embaixadora da marca há 20 anos, a artista brilhou na 'passerelle' deste evento que marca o início da Semana da Moda de Paris.
O Fama ao Minuto falou, em exclusivo nacional, com a atriz de 50 anos, que ficou conhecida do grande público devido ao seu papel na série de sucesso 'Donas de Casa Desesperadas'.
Le Défilé celebra a inclusão, a diversidade e empoderamento feminino na cidade da moda com o mote 'Walk Your Worth'. Este evento contou com 2.000 convidados e 70 modelos a desfilar onde se incluiam nomes bem conhecidos do público como Viola Davis, Cara Delevingne, Jane Fonda e a portuguesa Kika Cerqueira Gomes.
Estamos a atravessar um momento importante no mundo, em que temos de relembrar a contribuição das mulheres para a sociedade, para as nossas famílias, para o nosso trabalho
A Eva é o rosto da L'Oréal Paris há duas décadas. Tem orgulho em representar uma marca que empodera as mulheres?
Sim, estou muito orgulhosa. Estou há vinte anos com eles e sinto que ser parte de uma marca que tem um mantra que lembra as mulheres do seu valor é definitivamente uma honra e um presente para mim.
A Eva acredita que as grandes marcas globais como a L'Oréal Paris têm a responsabilidade de dar visibilidade à inclusão e à diversidade?
Sim, isso é o que eu adoro no Le Défilé. No desfile vamos ver a diversidade. A beleza significa coisas diferentes para pessoas diferentes. Podemos ver pessoas altas, baixas, loiras, morenas, pele mais clara, pele mais escura. A L'Oréal não define a beleza, diz que ela está em todos os lugares, em todas as formas, em todas as culturas.
Eu aplaudo isso, é importante uma marca global como esta ter essa responsabilidade e transmitir esta mensagem.
A Eva acredita que é importante falar e agir pelo empoderamento feminino num momento em que muitos dos direitos das mulheres parecem estar em risco?
Sim, estamos a atravessar um momento importante no mundo, em que temos de relembrar a contribuição das mulheres para a sociedade, para as nossas famílias, para o nosso trabalho.
Ser parte de uma marca global que tem esse alcance, como a L'Oréal, que transmite às mulheres que elas são mais valiosas no seu trabalho, nas suas relações, na sociedade... acho que é importante e necessário para nós nos lembrarmos e ouvirmos, e vivermos e acreditarmos nisso.
Ao longo da sua vida a Eva já passou por diferentes fases em relação à autoestima? Qual é a importância do autocuidado na construção da autoestima feminina?
O autocuidado é muito importante e pode ser muito simples. Pode ser quando medito de manhã e quando treino, isso é autocuidado.
O meu cuidado com a pele é também autocuidado. O que eu coloco na minha pele, o que eu coloco no meu corpo é autocuidado e, para mim, é relaxante e terapêutico. As mulheres deviam fazer algo que lhes permita cuidar de si mesmas porque se não és 100% feliz não consegues ser 100% para mais ninguém, nem para o teu trabalho, nem para a tua família nem para as tuas relações.
Ao envelhecer, o meu estilo mudou, a forma como me maquilho mudou. Agora, tudo para mim é menos. Preocupo-me menos com o que outros acham
Como é que uma mulher multifacetada como a Eva, que é atriz, realizadora, produtora e mãe, tem tempo para tratar de si e para manter um forte sentido de valor próprio?
Não precisamos de muito para cuidarmos de nós. Quando pensamos em autocuidado, pensamos que precisamos de uma viagem com as amigas. Não é assim, pode ser tão simples como usar o teu creme favorito, tomar um banho, acender algumas velas, dormir bem, isso é tudo autocuidado.
No meu caso, adoro passar tempo com o meu filho. Para mim, esse é o autocuidado. Mudei a forma como dizia as coisas. Passei de 'tenho de ir para casa fazer o jantar' para 'eu consigo, eu consigo ir para casa e fazer o jantar para o meu filho'. 'Eu consigo ir para casa e deitá-lo. Eu consigo ir a Paris para a Semana da Moda'.
Quando mudas a forma como falas contigo própria, a tua mentalidade e visão sobre isso muda. E a tua atitude muda também.
A moda e a beleza podem ser uma ferramenta para empoderar as mulheres, mas também se podem tornar uma meta irreal e até uma forma de pressão. Onde é que acha que o limite deveria estar?
Acho que as mulheres têm de criar as suas próprias barreiras quando se trata do que é realista, de quem queres ser e de que forma te queres apresentar ao mundo.
Ao envelhecer, o meu estilo mudou, a forma como me maquilho mudou. Agora, tudo para mim é menos. Preocupo-me menos com o que outros acham. Quero usar menos maquilhagem, quero menos passos na minha rotina de pele. Acho que algumas destas mudanças vêm com a idade.
Essa pressão da sociedade e dos padrões de beleza... eu não permito que seja aplicada a mim. Eu sigo as minhas regras e os direitos que criei para mim própria.
Qual foi a maior lição que a vida lhe ensinou sobre amor-próprio e autovalorização?
Fui muito feliz por ter sido criada por algumas mulheres incríveis. A minha mãe, as minhas três irmãs, as minhas nove tias... Estas mulheres todas disseram-me que eu podia fazer o que quisesse, apoiaram-me, fizeram-me acreditar em mim mesma, deram-me essa segurança para sair e tentar fazer outras coisas, para me mudar para Hollywood, para me tornar realizadora, para me casar, seja o que for...
Tive este apoio incrível das mulheres ao meu redor, que constantemente me alimentavam com a ideia de que eu era valiosa. Acho que é importante que nós tenhamos esta irmandade ao nosso redor, estas mulheres que te levantam quando estás mais em baixo.
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