Foi na semana passada que morreu Teresa Caeiro, tendo resultado em várias homenagens nas redes sociais.
Dias depois da sua partida, que aconteceu no passado dia 14 de agosto, aos 56 anos, Susana Dias Ramos fez questão de se manifestar publicamente.
"Morreu cedo demais. Consta que por opção. Consta que a dor foi maior do que ela. Consta que terá sido vítima de violência, de depressão, de abandono. Consta. Mas ninguém sabe ao certo. O que sabemos é que morreu sozinha.
E agora, nas redes, chovem homenagens. Textos bonitos, frases feitas, saudades públicas. Mas onde estavam quando ela precisava? Onde estavam quando o silêncio dela gritava? Onde estavam quando os olhos dela pediam socorro?
Não me venham falar de amizade em posts bonitos depois da morte. Amizade é estar presente antes. É sentar-se ao lado no escuro. É ouvir o silêncio e perceber que ele pesa mais do que mil palavras. Amizade não é homenagem póstuma. É vida partilhada. É dor dividida.
Se uma amiga minha partisse debaixo do meu nariz, parte de mim morreria com ela. De revolta…de culpa! Morrer de distração é a maior das culpas. E aí, sim, eu calava. Borrava a minha cara na vergonha! Porque barulho depois da morte não devolve a vida.
Este texto não é bonito. Nem é para ser. É só verdadeiro. Que sirva para não nos distrairmos mais. Que sirva para estarmos atentos. Que sirva para salvar alguém antes que seja tarde demais. Se eu deveria estar calada, deveria! Mas não consigo", escreveu a psicóloga.
No dia a seguir à morte de Teresa Caeiro, também Helena Sacadura Cabral reagiu publicamente à partida da antiga deputada do CDS.
"Conheci a Teresa Caeiro há muitos anos. Apesar da sua brilhante carreira política, aquilo que hoje me interessa ressaltar é, obviamente, a mulher, que se encontrava escondida debaixo da armadura da política. Era, talvez, das pessoas mais carentes de afeto que encontrei ao longo da vida. E, também, das pessoas mais protegidas por esse afeto, de que ela tanto carecia.
Dotada de um grande sentido do humor, sempre que estávamos juntas não era de política que falávamos, mas sim, daquilo de que todos os seres humanos carecem, para se sentirem felizes. E, também, para rir. Ela achava-me uma mulher forte e eu dizia-lhe que ela ainda só aprendera a reconhecer as suas fragilidades. Faltava ir mais fundo para, verdadeiramente, se encontrar.
Eu sabia que a Teresa podia ser forte, porque houve ocasiões em que essa caraterística veio ao de cima. Assisti a algumas delas. Infelizmente, outros fatores e dependências, arrastavam-na para o lado difícil da vida.
Choro por isso, por saber que, com tantos amigos a protegê-la, ela não tivesse tido a capacidade e a vontade, de sublimar as pedras que a vida, por vezes, põe no nosso caminho para nos testar! Adeus, querida Teresa. E que, finalmente, encontres a paz", escreveu a escritora.
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