Síria: Libertada famosa blogger Tal al-Mallouhi presa desde 2009

Tal al-Mallouhi, agora com 33 anos, é um dos milhares de detidos libertados nos últimos dias após a ofensiva-relâmpago dos rebeldes islâmicos que tomaram cidades importantes na Síria em onze dias e afastaram o Presidente Bashar al-Assad do poder no domingo.

Notícia

© Roberto Silvino/NurPhoto via Getty Images

Lusa
11/12/2024 07:19 ‧ 11/12/2024 por Lusa

Fama

Tal al-Mallouhi

A blogger síria Tal al-Mallouhi, detida em 2009 aos 19 anos e depois condenada por espionagem, foi libertada, adiantou na terça-feira a mãe à agência AFP, destacando a sua "imensa alegria" por se encontrar com ela.

 

Tal al-Mallouhi, agora com 33 anos, é um dos milhares de detidos libertados nos últimos dias após a ofensiva-relâmpago dos rebeldes islâmicos que tomaram cidades importantes na Síria em onze dias e afastaram o Presidente Bashar al-Assad do poder no domingo.

Depois de 15 anos nas prisões do governo sírio, esta mulher ainda precisa de tempo "para perceber que está livre, que tudo está bem agora e que o medo e o terror desapareceram", contou a sua mãe, Ahd al-Mallouhi, à agência France-Presse (AFP).

No momento da sua condenação, a comunidade internacional mobilizou-se, com a França a recordar à Síria os seus compromissos internacionais em matéria de liberdade de expressão e o direito a um julgamento justo.

Antes de ser detida, em dezembro de 2009, pouco mais de um ano antes do início da guerra na Síria, a jovem escrevia poesia e comentava a situação social.

Acusada de trabalhar para os serviços de informação norte-americanos (CIA), o que a sua família sempre negou, foi condenada a 5 anos de prisão, mas as autoridades nunca a libertaram no final da pena.

"Costumava vê-la em visitas de uma hora e meia, e cada palavra era monitorizada", contou a mãe.

A família precisará de tempo "para voltar a falar" e reconstruir-se, acrescentou.

O regime de Bashar al-Assad, que sucedeu ao seu pai Hafez em 2000, reprimiu metodicamente qualquer voz discordante.

Desde o início da guerra na Síria, em 2011, desencadeada pela repressão brutal das manifestações pró-democracia, mais de 100 mil pessoas morreram nas prisões sírias, nomeadamente sob tortura, estimou o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH) em 2022.

Os rebeldes declararam a 8 de dezembro Damasco 'livre' do Presidente Bashar al-Assad, após 12 dias de uma ofensiva de uma coligação liderada pelo grupo islamita Organização de Libertação do Levante (Hayat Tahrir al-Sham ou HTS, em árabe), juntamente com outras fações apoiadas pela Turquia, para derrubar o regime sírio.

Perante a ofensiva rebelde, Assad, que esteve no poder 24 anos, abandonou o país e asilou-se na Rússia.

No poder há mais de meio século na Síria, o partido Baas foi, para muitos sírios, um símbolo de repressão, iniciada em 1970 com a chegada ao poder, através de um golpe de Estado, de Hafez al-Assad, pai de Bashar, que liderou o país até morrer, em 2000.

Leia Também: Síria. Forças curdas sírias começam a sair de centro de cidade no leste

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas