Nuno Markl comenta controvérsia com 'Charlie e a Fábrica de Chocolate'

O comediante lamentou a decisão tomada por uma editora em 'limpar' palavras de conotação negativa da história, como foi o caso de "gordo" e "feio".

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Notícias ao Minuto
21/02/2023 18:30 ‧ 21/02/2023 por Notícias ao Minuto

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Nuno Markl

Nuno Markl expressou a sua opinião sobre as modificações que irão ser feitas no conto de Roald Dahl - 'Charlie e a Fábrica de Chocolate'. A decisão foi tomada pela editora Puffin, que decidiu reescrever algumas passagens do livro retirando as palavras "gordo" e "feio" das novas versões. 

Não ficando indiferente ao assunto, que gerou uma grande controvérsia, o humorista e radialista da Comercial fez uma reflexão.

"Roald Dahl - um dos meus autores favoritos e que definiu muito do meu sentido de humor - não era um anjo. Era um escritor brilhante e criativo, fosse nas suas histórias infantis ou nos seus tétricos e viciantes contos para adultos. Mas fora da ficção era um homem controverso e problemático, cuja família acabaria por ter de pedir desculpa, por exemplo, por algumas alarvidades antissemitas proferidas em entrevistas (as desculpas foram aceites, tanto que Spielberg acabaria por adaptar o BFG)", começa por contextualizar.

"Mas este é um caso em que a obra não é o espelho do homem. Uma das coisas adoráveis dos livros infantis de Dahl é o misto de fervilhante imaginação, ternura e malandrice de que são feitos. As histórias de Dahl têm um lado negro e resmungão que lhes dá o carisma e marca a diferença em relação aos livros infantis que tratam os miúdos como flores de estufa e apresentam uma realidade luminosa e sem conflito", considera.

"Limpar o 'negativismo' da obra de Dahl é esterilizá-la, sacar o que faz dela especial. Conheço bem os livros dele - não creio que nenhum contribua para tornar os miúdos preconceituosos ou agressivos. Se há preocupações com o teor de algumas passagens consideradas datadas, que se faça enquadramento inteligente e se explique. Mas que não se entregue a ineptos escriturários da moral um texto clássico para ser revisto e mudado. Alterar obras clássicas para as tornar mais assépticas e neutras é distópico. E é - para usar uma das palavras apagadas mas novas edições - FEIO", argumenta.

"E isto é o que me agasta. Estes disparates inúteis ensombram todas as coisas boas e genuinamente progressistas que estão a acontecer neste tempo e que acabam todas enfiadas com coisas como esta dentro do saco dos malefícios da 'cultura woke'", completa.

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