Meteorologia

  • 29 MARçO 2024
Tempo
12º
MIN 8º MÁX 15º

"Vou andar porque confinar também pode ser morrer"

Júlio Isidro partilha texto onde fala da pandemia e da forma como tem vivido estes últimos anos.

"Vou andar porque confinar também pode ser morrer"
Notícias ao Minuto

10:38 - 28/04/22 por Notícias ao Minuto

Fama Júlio Isidro

"Há dois anos acreditávamos que, com o sol e o calor, o vírus da peste estava condenado. Mas, as quarentenas vieram a crescer para... oitentenas. E ainda de olho no vírus, porque a guerra (esta, a única que se justifica) ainda não acabou". Foi com estas palavras que Júlio Isidro começou um recente texto que partilhou na sua página de Facebook.

Uma partilha onde fala da pandemia, juntando às suas palavras duas imagens em que aparece numa delas com a barba por fazer. 

"Entre nós tirarmos a máscara, e certa gente se desmascarar, vai uma quilométrica distância", disse.

"Passaram quarenta dias de paisagem limitada. De início o prazer de estar em casa, em família, tempo inteiro e - se não fossem as razões e as incógnitas - o saborear de uma pausa desta minha vida que leva 60 anos a bulir sem parar. Ia fazer tudo aquilo que não tinha tempo para fazer, arrumações, descobertas de memórias perdidas, dúvidas de deitar para o lixo papeis que o Google hoje resolve em segundos, mais passadeira, umas sestas, o livro autobiográfico para acabar, e os aviões previstos para se exporem no dia da Vitória sobre o nazismo", relatou. 

"Fiz de tudo, mas há caixas ainda por abrir, nenhuma de Pandora, a passadeira começou a passar, sestas nem pensar, e o livro a amassar, sem levedar. Eu próprio contrariei a regra e emagreci dois quilos, por comer melhor e menos. Os aviões já não irão exibir o meu jeitinho de mãos, na homenagem que queria prestar aos heróis da Segunda Grande Guerra. Talvez para o dia 2 de setembro quando o terrível conflito acabou após a rendição do Japão", acrescentou. 

"Um dia não fiz a barba, claro que tomei sempre banho mas comecei a achar graça à ideia de alguém em que não me reconhecia, o avô Júlio. Como no fado, o cabelo foi branqueando e a barba também", partilhou. 

"Comecei a sentir que era mesmo do grupo de risco porque as estatísticas são hoje o grande suporte da medicina. Convidado para o confinamento, dei por mim a pensar que quando o vírus morrer, gastei, esbanjei talvez um ano de vida que faz tanto arranjo a quem tem a minha idade, sonhos, projetos e ainda atividade. Claro que estou aqui para respeitar os estados todos, mas em que estado irei ficar quando puser o pé na rua, entrar na sala de edições e no estúdio da RTP?", desabafou. 

"E os filmes que só vou ver no tamanho assim, assim do televisor cá de casa. E o convívio com amigos e familiares. E olhar o mar ou voar para o Reino Unido onde me esperam relvados a perder de vista para lançar os meus aviões? Agora que um dos estados se vai suspender, verifico que aquilo que me pedem é que para não morrer, tenho que deixar quase de viver. Vou cumprir, vou pôr a máscara, luvas e frasco individual de desinfetante sem ser Sonasol para tomar às colheres, receita a la Trump. E vou pôr o nariz na rua, para comprar o jornal, passear no paredão, e marcar encontro com um amigo para uma conversa de dez minutos a dois metros de distância", recordou. 

"Não me sinto em solidão porque estas três meninas cá de casa são a ternura feita gente. Mas sei que há uma regra da biologia e também da mecânica: - A função faz o órgão", destacou ainda. 

"Vou andar porque confinar também pode ser morrer. Iniciei hoje a minha versão pessoal do estado de calma-idade. Comecei por fazer a barba", rematou. 

Leia Também: Júlio Isidro celebra 24 anos de casamento: "Revolução feita em paz"

Recomendados para si

;

Receba as notícias dos famosos, realeza, moda e as mulheres mais elegantes.

O mundo das celebridades com fotos, vídeos e noticias de atores, atrizes e famosos.

Obrigado por ter ativado as notificações de Fama ao Minuto.

É um serviço gratuito, que pode sempre desativar.

Notícias ao Minuto Saber mais sobre notificações do browser

Campo obrigatório