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Covid-19: "Antecipamos que a situação se vá complicar antes de melhorar"

A ministra da Saúde falou, num registo diferente do habitual, sobre os últimos números da pandemia de Covid-19 em Portugal em entrevista a Júlia Pinheiro.

Covid-19: "Antecipamos que a situação se vá complicar antes de melhorar"
Notícias ao Minuto

17:14 - 28/06/21 por Catarina Carvalho Ferreira com Lusa

País Marta Temido

Marta Temido, ministra da Saúde, foi esta segunda-feira a convidada especial de Júlia Pinheiro no programa vespertino das tardes da SIC - 'Júlia'.

Depois de um "fim de semana esquisito" em que Lisboa e outros concelhos do país sofreram um recuo nas medidas de desconfinamento, Júlia Pinheiro quis saber o que se vai passar a seguir em Portugal.

"Neste momento estamos novamente a passar por uma fase muito complicada e esta pandemia tem a característica de não ser fácil de antecipar nada. Não é fácil fazermos planos neste contexto", admitiu Marta Temido ao ser questionada sobre que planos podem fazer os portugueses no que respeita às suas férias. 

"Aquilo que neste momento podemos antecipar é que a situação ainda se vá complicar mais antes de melhorar"

"Eu não sei se é uma quarta vaga, não sei se saímos alguma vez... há quem diga que nós nunca deixamos de estar na primeira vaga. O que é facto é que nós tivemos várias ondas e estamos agora numa quarta onda. Estamos numa fase de crescimento", explicou, referindo-se aos últimos números da Covid-19 em Portugal. 

Portugal contabilizou hoje mais 25 pessoas internadas com covid-19, 902 novos casos de infeção pelo coronavírus SARS-CoV-2 e duas mortes atribuídas à doença nas últimas 24 horas.

No boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS) assinala-se que estão hoje internadas 502 pessoas com covid-19,o número mais elevado desde 6 de abril, quando estavam hospitalizadas 504 pessoas.

"É gelo fino. Estamos mesmo a caminhar em gelo fino"

Admitindo que a situação atual da pandemia de Covid-19 em Portugal "é gelo fino", a ministra assumiu que se antecipa "ainda uma fase de crescimento (...) que terá o predomínio desta variante [a Delta]". Por isso, reforçou,  "estamos mesmo a caminhar em gelo fino". 

Temos, ainda assim, "uma realidade muito diferente [daquela que existia em fases anteriores], mas em que os nossos comportamentos são decisivos para a forma como a vida evoluiu", vincou. 

No que respeita às decisões controversas que o Governo tem tomado nos últimos meses, nomeadamente as que estão relacionadas com celebrações desportivas, a ministra da Saúde afirmou poder "dizer com tranquilidade que todas as decisões tomadas até agora pelo Governo foram decisões nas quais eu acreditei".

Marta Temido disse serem fundamentais "a compreensão e a humildade necessárias" para dizer que, se fosse possível, as decisões em questão seriam desenhadas e comunicadas "de outra maneira". "Isso aconteceu com o Natal, isso aconteceu com celebrações desportivas", realçou. 

Questionada por Júlia Pinheiro sobre a forma como têm sido comunicadas aos portugueses as decisões e medidas relacionadas com a pandemia, Marta Temido admitiu que a opinião geral é de que o Governo não tem comunicado bem. 

"Não é fácil comunicar as sombras. Comunicar em situação de crise não é um exercício nada fácil", confessou a ministra, dando conta de que as informações pouco claras estão muitas vezes relacionadas com as "pressões" a que a estrutura política está sujeita. 

No que respeita ao plano nacional de vacinação e à eficácia das vacinas contra a Covid-19 nas novas virantes, Marta Temido lembrou que "as vacinas não são milagrosas" e tal como a grande maioria dos medicamentos "são úteis, mas têm algumas fragilidades". 

Vacina no programa de vacinação?

Questionada no programa da SIC 'Júlia' sobre se Portugal vai ter "um plano nacional de vacinas para todos" em que a vacina contra a Covid-19 vai estar incluída como acontece com a vacina do sarampo e outras, Marta Temido afirmou que "não havendo certezas é muito provável".

"O progresso da ciência colocou-nos neste momento a vacina como uma oportunidade que temos para nos proteger", salientou.

[Notícia atualizada às 21h26]

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