Juliette Binoche e "a esperança de transformação"

A actriz francesa Juliette Binoche disse ontem, em Lisboa, que o seu maior desejo é levar ao público "a esperança de transformação" através de uma profissão pela qual está "apaixonada".

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Lusa
18/11/2013 06:38 ‧ 18/11/2013 por Lusa

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Estoril

O maior desejo de Binoche foi revelado na única declaração em francês de uma hora de conversa com o público durante uma sessão do Lisbon & Estoril Film Festival - LEFFEST, no cinema Nimas, em Lisboa.

Iniciado a desde 08 de Novembro, o certame encerra na segunda-feira, no Cinema Monumental, com o anúncio dos filmes vencedores, e às 21:30 no Centro Cultural de Belém, decorre a cerimónia de entrega dos prémios.

Juliette Binoche, uma das convidadas do festival, entre outros nomes do cinema e da literatura, atraiu centenas de pessoas à sessão, enchendo totalmente a sala do Cinema Nimas, um dos espaços de exibição do produtor Paulo Branco, organizador e fundador do Lisbon & Estoril Film Festival.

Foi Paulo Branco quem iniciou a conversa com Binoche, sentados no palco, perante uma audiência de todas as idades, entre cinéfilos, estudantes de artes performativas e alguns dos convidados do certame, como o escritor norte-americano Paul Auster e a mulher, a também escritora Siri Hustvedt.

Depois de muitas perguntas do público respondidas em inglês, e já depois de ter sido permitida a última pergunta da sessão, uma voz feminina entre a assistência pediu a Juliette Binoche, em francês, que dissesse algumas palavras na língua materna.

Binoche fez uma pequena pausa para pensar e disse: “O meu maior desejo é atingir a individualidade das pessoas e levar uma esperança de transformação. A transformação é a nossa prenda. Estou apaixonada por esta profissão porque é a profissão da transformação. É a melhor do mundo".

A actriz francesa, de 49 anos, falou da influência dos pais, também ligados ao teatro, do início da carreira, e da transformação que ela própria viveu nessa altura, quando "era muito certinha e obediente porque queria ser amada e reconhecida".

Quis ser actriz muito cedo, com apenas quatro anos, quando os pais se separaram e foi enviada para um colégio interno, onde as aulas não lhe interessavam porque era forçada a ficar imóvel.

Preferia o espaço livre do recreio, onde podia imaginar cenários para representar com os amigos.

"O meu sonho inicial foi o teatro, não o cinema", disse a actriz, que conseguiu o seu primeiro papel de relevo em 1985, no filme "Je Vous Salue, Marie", de Jean-Luc Godard.

Três anos mais tarde entraria em "A Insustentável Leveza do Ser", de Philip Kaufman, uma adaptação do livro homónimo de Milan Kundera, interpretando Tereza.

Desde então participou em mais de 40 filmes, entre os quais "Azul", o primeiro da trilogia das cores de Krzysztof Kieslowski, e "O Paciente Inglês", de Anthony Minghella, com o qual conquistou um Óscar para Melhor Actriz Secundária, em 1997.

Pela segunda vez convidada a participar no LEFFEST, na anterior, em 2009, foi alvo de uma homenagem e apresentou uma exposição intitulada "Portraits In-Eyes", com retratos de realizadores com quem trabalhou, entre eles Michael Haneke, Abel Ferrara, Abbas Kiarostami e Leos Carax.

Dos realizadores disse que eram importantes para "guiar e orientar" os atores numa profissão "difícil e perigosa, sobretudo fisicamente, quando se quer ir longe, experimentar, fazer o novo, o diferente".

"Um actor ou actriz abandona-se para interpretar o personagem e é o realizador que tem de orientar à medida que entramos em vários níveis da mente e do coração", disse a actriz, que foi muito aplaudida no fim da sessão.

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