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"É possível ser-se feliz, sofrendo de ataques de pânico. Eu sou exemplo"

Marta Fernandes esteve no programa das tardes da SIC para falar abertamente sobre os ataques de pânico que sofreu durante alguns anos, após ter confessado o sucedido nas redes sociais.

"É possível ser-se feliz, sofrendo de ataques de pânico. Eu sou exemplo"

Foi na semana passada que Marta Fernandes confessou que sofreu de ataques de pânico durante alguns anos. Uma condição que levou-a a passar por momentos menos bons. Uma fase que decidiu expor publicamente no programa 'Júlia', da SIC, esta quinta-feira, dia 21. 

Inicialmente, a atriz começou por revelar que hoje sente-se mais confortável para falar abertamente sobre o sucedido. "Os ataques de pânico não são uma doença. São um síndrome de alguma coisa", explicou, referindo que estes ataques podem surgir "em qualquer momento da vida". 

O primeiro ataque de pânico que teve foi "pós-Chiquititas" - novela protagozniada por si, em 2008. Até essa altura, nunca tinha tido nenhum ataque deste género, apesar de confessar que desde sempre foi uma pessoa ansiosa. 

"Estava sozinha em casa. A sensação que se tem é que se está a sofrer de qualquer coisa muito grave. Que vamos morrer. Falta-nos o ar, sentimos uma pressão no peito muito grande. Comecei a tremer, náuseas, desconforto abdominal, o meu coração começava a acelerar, a boca seca, frio... E ficava paralisada", lembrou, enumerando todos os sintomas que se sente durante um ataque de pânico. 

"Na altura estava com tosse há algum tempo. Estava em casa e tinha tido um ataque de tosse há minutos. Achei mesmo que estava a ter uma crise respiratória, qualquer coisa", recordou ainda, falando da primeira vez que teve um ataque. Depois, com a ajuda de uma amiga, deslocou-se ao hospital. 

"No hospital fiz um raio-x aos pulmões, mediram-me a tensão, fiz um eletrocardiograma. E no final não tinha nada e estava tudo bem, estava muito saudável e os médicos disseram que eu provavelmente tinha tido uma crise de ansiedade. Receitaram-me um ansiolítico e disseram-me para tomar em sos. Mas aquilo para mim era impensável. Portanto, nunca tomei, mas tomei uma decisão. Cheguei a casa e comprei um voo para Madrid e fui-me embora no dia seguinte porque achava que precisava de respirar", continuou.

No entanto, viajar para outro lugar e tentar desligar-se da rotina atarefada não foi a solução, tendo sofrido estes ataques durante dez anos.

A sua presença no programa de Júlia Pinheiro não serviu apenas para partilhar o seu testemunho, mas também expor publicamente o sentimento de alguém que vive com esta condição. 

"[Pensam que] quem tem ataques de pânico é fraquinho e é doudinho. [...] E na verdade o que sinto comigo é precisamente o contrário. É por querer tanto e por ter tanta vontade e energia que estas coisas me começaram a acontecer. Era como se a minha mente fosse mais rápida do que aquilo que alguma vez eu conseguiria atingir. Nunca tive vergonha. Tinha receio de ter consequências a nível profissional", disse, referindo que "em nenhuma área profissional as pessoas escolhem trabalhar com pessoas em quem não confiam ou que consideram que não estão capazes".

"E isto preocupava-me e por isso é que nunca falei no assunto e trabalhei sempre. Nunca parei de trabalhar. Aliás, quando estava a trabalhar era quando me sentia melhor porque estava a fazer alguma coisa, tinha outro foco e a adrenalina ia para outro sítio. O problema do pânico é esse: há uma descarga de adrenalina brutal porque o medo provoca a adrenalina e é o medo que nos faz fugir", acrescentou. 

Na altura apenas contou à família e a alguns colegas mais próximos. No seu caso, gostava de estar acompanhada e os ataques chegavam durante a noite, quando estava a dormir. Aliás, conta, acordava com os sintomas.  

Apesar de não querer ajuda, principalmente da medicação, Marta fez psicoterapia. Andou durante anos com os comprimidos SOS na mala e chegou a meter alguns debaixo da língua. No entanto, acabava por os retirar da boca e deitá-los fora. 

Em 2010 foi mãe pela primeira vez, da pequena Maria, e foi dois anos depois, quando estava a preparar o segundo aniversário da menina, que sofreu um ataque de pânico muito violento. "Achei que era cansaço porque estava a preparar a festa", confessou, acrescentando que passado alguns dias voltou a sofrer outro ataque. 

Durante a conversa, a atriz recordou ainda que um dos ataques que teve foi enquanto estava a conduzir. Na altura estava com duas crianças no carro e teve que pedir ajuda ao pai. 

O pior ano da sua vida foi quando a mãe morreu, após ter lutado contra um linfoma, e "foi depois de ter passado pela experiência da doença dela e pela perda que se encheu de coragem como nunca tinha tido até então". Hoje sabe que pode voltar a sofrer um ataque, mas sente-se mais forte.

Marta alerta para o facto de haver muitas crianças a sofrer de ansiedade e deixou ainda uma mensagem a todas as pessoas que estão a passar pelo mesmo.

"Quero dizer que é possível ser-se feliz, sofrendo de ataques de pânico. Há muito sol depois daquela tempestade. Eu sou exemplo disso. A coragem está completamente dentro de nós. É preciso ajuda. Não se passa por isto sozinho. E ser honesto com os médicos, terapeutas porque isto é uma coisa que se trabalha em conjunto para se chegar a um sítio muito bom. Não controlamos nada, temos que viver um dia de cada vez e ser felizes", rematou. 

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