“A Sonae MC [proprietária dos supermercados Continente] informa que celebrou com o Grupo Sá um contrato envolvendo o trespasse de um conjunto de nove lojas localizadas na ilha da Madeira”, refere um comunicado, adiantando que o contrato “encontra-se subordinado ao prévio cumprimento de alguns condicionalismos legais, designadamente, depende da obtenção de decisão de não oposição da Autoridade da Concorrência”.
Segundo o comunicado, “uma vez cumpridos tais condicionalismos legais e concretizado o trespasse das lojas, a Sonae MC assegurará a viabilidade dos postos de trabalho afectos a estes estabelecimentos comerciais” e reforçará a sua posição no mercado regional, onde dispõe neste momento de oito estabelecimentos comerciais.
Fonte da administração do grupo Sá disse à Lusa que as nove lojas situam-se nos concelhos do Funchal (Santo António, São Martinho e Seminário), Ribeira Brava, Câmara de Lobos (Estreito de Câmara de Lobos), Santa Cruz (Camacha e Santa Cruz), Machico e Santana, e que em causa estão mais de “meio milhar” de postos de trabalho.
A mesma fonte do grupo, onde se inclui a empresa Jorge Sá, responsável pela cadeia regional de supermercados Sá, explicou que “este contrato está incluído nas negociações do plano especial de revitalização da empresa” em curso no Tribunal Judicial do Funchal.
“Se se concretizar, na posse da Jorge Sá sobram 14 lojas, de pequena e média dimensão, por toda a ilha”, referiu.
No âmbito deste processo de revitalização da empresa Jorge Sá, apresentaram-se 1.270 credores que reclamam quase 110 milhões de euros, disse fonte judicial, referindo que “ainda decorre o prazo para negociações com vista à aprovação do plano”.
A situação do Grupo Sá, que já foi considerado um dos maiores grupos empresariais da região, sendo os supermercados uma das suas áreas de negócio, levou o PCP/Madeira, em Fevereiro, a requerer a audição parlamentar do secretário regional da Educação e Recursos Humanos, Jaime Freitas, que tutela o emprego.
A audição foi hoje chumbada na Comissão Parlamentar Especializada de Administração Pública, Trabalho e Emprego.
Também em Fevereiro, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio e Serviços da Madeira, Ivo Silva, criticou o encerramento de estabelecimentos comerciais deste grupo sem aviso prévio aos trabalhadores e manifestou o desejo de que o processo especial de revitalização da empresa tenha um desfecho positivo, sobretudo para os funcionários que se encontram com salários em atraso.
