"O Banco Comercial Português, S.A. ("BCP") informa que procedeu nesta data ao reembolso antecipado, ao Estado português, dos instrumentos híbridos de capital Core Tier 1 [indicador utilizado na análise da solvabilidade] remanescentes, no montante de 700 milhões de euros", lê-se na informação enviada ao mercado através da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
O banco liderado por Nuno Amado diz que este reembolso "marca o regresso à normalização da atividade do BCP".
O Banco Central Europeu (BCE) tinha dado autorização ao BCP para devolver o dinheiro em falta ao Tesouro após o recente aumento de capital, caso este corresse bem, o que aconteceu.
Hoje de manhã, o administrador financeiro do BCP, Miguel Bragança, já tinha dito que estava a ser paga hoje a dívida ao Estado que faltava, do total dos 3.000 milhões de euros emprestados em 2012. O empréstimo estatal tinha que ser pago, no máximo, até junho deste ano.
O BCP concluiu na semana passada um aumento de capital de 1,33 mil milhões de euros, que foi totalmente subscrito, tendo o grupo chinês Fosun, que já era o principal acionista desde final de 2016, reforçado a sua posição para 23,92%, ainda assim abaixo dos 30% a que poderia chegar.
Já a petrolífera angolana Sonangol, segundo maior acionista, reforçou apenas ligeiramente, passando de 14,87% para 15,24%.
A operação de aumento de capital do BCP visou sobretudo o reembolso total da ajuda estatal, assim como a melhoria dos rácios de solvabilidade.