"É o orçamento possível em função das restrições políticas. O Governo procura conciliar os objetivos do Bloco de Esquerda e do PCP com o objetivo de cumprir o défice público e a dívida pública assumido junto dos parceiros europeus", afirmou Eduardo Catroga à Lusa, à margem de um evento em Lisboa.
"É o orçamento possível mas não o desejável. Não devia aumentar a despesa pública nem os impostos, porque isso já temos em excesso", reforçou o economista, acrescentando que este "não é um orçamento passível, por exemplo, de captar investimento externo", pelo que, na sua opinião, "não é o orçamento que a economia precisa".
Eduardo Catroga falava à margem de uma conferência organizada pela Ordem dos Contabilistas Certificados (OCC) e pela Ordem dos Revisores Oficiais de Contas (OROC), no âmbito da atribuição do Prémio Professor Doutor Rogério Fernandes Ferreira, na Reitoria da Universidade de Lisboa.
O OE2017 já foi aprovado na generalidade por PS, BE, PCP e PEV, com a abstenção do PAN e votos contra de PSD e CDS-PP.
As mais de 400 propostas de alteração de todas as forças políticas à proposta de lei do Governo socialista continuam a ser debatidas e votadas na especialidade até segunda-feira. A sessão magna de encerramento e votação final global realiza-se na terça-feira.