O economista que assumiu a liderança do Novo Banco que surgiu do fim do BES esteve esta noite em destaque na ‘Grande Entrevista’, na RTP3.
Falando sobre a atualidade política e económica, Vítor Bento falou sobre o estado atual da economia e das opções governativas.
“A fase aguda da crise, a que implicou uma recessão grande, de certa forma passou”. O ajustamento, no entanto, ainda prossegue. “A economia ainda não atingiu a normalidade”, afirmou o economista, apontando questões como a taxa de desemprego.
E o que acontece à posição do atual Governo neste contexto? Vítor Bento considera que este “é um Governo controverso pela sua natureza, um Governo improvável” e que “tem necessidade de se afirmar e de segurar a sua base eleitoral”, o que fará com que seja “mais acelerado, e talvez mais ousado” nas medidas orçamentais.
Esta questão, no entanto, não o apoquenta. “Desde que consiga equilibrar o desígnio político-partidário com aquilo que são os requisitos de sustentabilidade da economia, é uma questão de uns gostarem e outros não gostarem”.
“Na gestão da economia há algumas verdades absolutas mas há uma margem de manobra que é política por natureza”. Por isso, “é possível atingir o mesmo saldo orçamental com escolhas diferentes”, explicou.
No seu caso, porém, Vítor Bento assume que preferia “um pouco mais de moderação” na despesa “e não sobrecarregar tanto a componente fiscal, para não desincentivar o investimento” mas se a crítica ao Executivo de António Costa for apenas essa “é para o lado em que o Governo dorme melhor”.
Embora considere que, “do ponto de vista de sustentabilidade, o Orçamento procura respeitar as regras de sustentabilidade”, isto havendo “mais ou menos ginástica política”, há, ainda assim, críticas a fazer à atual maioria parlamentar.
“Não tem havido uma retórica amiga do investimento”, havendo por vezes uma “retórica anti-investimento e até anti-acumulação de poupança”, critica.