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Fraco crescimento explica "abrandamento dramático" do comércio

O Fundo Monetário Internacional (FMI) estima que a fraca atividade económica, em particular o baixo investimento, seja responsável por cerca de três quartos do "abrandamento dramático" do comércio internacional desde 2012.

Fraco crescimento explica "abrandamento dramático" do comércio
Notícias ao Minuto

14:07 - 27/09/16 por Lusa

Economia FMI

O FMI divulgou hoje os capítulos analíticos do 'World Economic Outlook' nos quais analisa as razões que justificam o abrandamento do comércio global, concluindo que o fraco crescimento económico dos últimos anos explica a evolução do comércio mundial, juntamente com outros fatores.

Se entre 1985 e 2007, o comércio mundial real cresceu em média duas vezes mais rápido do que o Produto Interno Bruto (PIB), "nos últimos quatro anos, mal manteve o ritmo" do crescimento económico mundial.

Partindo desta constatação, o FMI sublinha que a evolução lenta do comércio "é sobretudo um sintoma de uma recuperação económica débil" e refere que três quartos da queda do crescimento das trocas comerciais em termos reais desde 2012, quando comparado com o período de 2003 a 2007, "podem ser relacionados com um crescimento económico globalmente mais fraco" e em particular com um investimento também reduzido.

No entanto, há "outros fatores a pesar", nomeadamente o "ritmo decrescente da liberalização do comércio e o aumento recente do protecionismo", que estão a limitar o crescimento do comércio global "ainda que o seu impacto quantitativo tenha sido limitado até agora".

De acordo com o FMI, a conclusão de que o "fraco crescimento do comércio é amplamente um sintoma de um abrandamento sincronizado da atividade económica nas economias desenvolvidas e nos mercados emergentes e economias em desenvolvimento" exige que "as políticas para combater as restrições ao crescimento, e em particular ao investimento onde ele esteja deprimido, devem ter um lugar central no esforço de melhorar a saúde da economia global".

A recomendação de políticas do Fundo passa por medidas de apoio à procura no curto prazo e de alívio das restrições financeiras onde elas existam, bem como reformas estruturais que promovam a produtividade, incluindo "um maior progresso na integração comercial".

Tais políticas, ao impulsionarem indiretamente o comércio, "vão gerar efeitos de contágio positivos à medida que as ligações comerciais se transmitem e reforçam mutuamente a expansão económica de cada país", escreve o Fundo.

No entanto, a instituição alerta que, "precisamente porque o comércio pode reforçar a produtividade e aumentar o crescimento", as políticas com o objetivo direto de diminuir os custos comerciais e estimular o comércio "continuam a ser importantes", num contexto em que se espera um crescimento fraco a médio prazo e em que as tendências para a produtividade também são desfavoráveis.

Destacando que muitas economias emergentes e em desenvolvimento "mantêm ou enfrentam barreiras comerciais que inibem a sua entrada nos mercados globais e a sua participação nas cadeias de produção globais", o FMI defende que é preciso "um esforço coordenado" para remover estas barreiras e lançar "uma nova ronda de integração e desenvolvimento da cadeia de valor global" e "dar às empresas incentivos maiores para investirem".

Ou seja, o Fundo recomenda que se evitem medidas protecionistas e que se impulsione a liberalização comercial "através de reformas que baixem as barreiras" juntamente com "medidas que reduzam o custo dos que vão suportar o custo do ajustamento", argumentando que tais reformas iriam "promover o crescimento da troca internacional de bens e serviços e, em última instância, reforçar a atividade global".

Outra recomendação feita pelo FMI é que os países tenham em conta "as preocupações dos trabalhadores que são afetados pelo comércio internacional", sugerindo uma aposta no "apoio efetivo à nova formação, à criação de competências e à mobilidade ocupacional e geográfica" destes trabalhadores como forma de "mitigar os impactos negativos" de uma maior integração comercial.

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