Linhas Aéreas de Moçambique travam compra de aviões por faltar dinheiro

A transportadora Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) suspendeu a compra de três aviões Boeing por falta de dinheiro para financiar a operação, disse hoje o presidente do conselho de administração da companhia de bandeira moçambicana.

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Lusa
05/09/2016 18:52 ‧ 05/09/2016 por Lusa

Economia

LAM

"A LAM decidiu recuar da decisão de comprar novas aeronaves, cuja primeira devia chegar em novembro, devido à incapacidade financeira de custear essa aquisição", afirmou António Pinto de Abreu, citado pela Agência de Informação de Moçambique, à margem do Conselho Consultivo do Instituto de Gestão das Participações do Estado (Igepe), em Maputo.

Os outros dois aparelhos deviam chegar no próximo ano, segundo Pinto de Abreu, que disse estar em contacto com a Boeing para serem devolvidos os montantes já adiantados.

Segundo o presidente da LAM, a empresa tem uma dívida de 139 milhões de dólares (124 milhões de euros), abaixo dos 160 milhões de dólares (143 milhões de euros) que a nova administração encontrou quando chegou há seis meses à empresa.

"A saúde financeira da LAM não é boa. A nível da assembleia- geral, tivemos oportunidade de partilhar recentemente a situação financeira do encerramento das contas de 2015, que mostram uma situação deficitária, decorrente de motivos de ordem estrutural", afirmou.

Entre os motivos das perdas, Pinto de Abreu explicou que a LAM possui várias marcas de aviões (Boeing, Embaer e Bombardier), de diversos modelos, fazendo aumentar os custos em assessórios e da capacidade técnica para se adaptarem a cada aeroporto do país.

Com a suspensão da compra dos novos aviões, fica comprometida a meta de a LAM voar para todos os destinos da região, disse o presidente da transportadora, que, em julho, suspendeu os voos diretos que ligavam Maputo e Luanda, devido à fraca procura.

A economia moçambicana vive um período de crise marcado pelo arrefecimento do crescimento, forte desvalorização do metical, descida do preço das matérias-primas de exportação, subida da inflação e uma drástica redução do investimento.

O país está ainda a ser abalado pela crise política e militar entre Governo e Renamo (Resistência Nacional Moçambicana), afetando a circulação de pessoas e bens no centro do país, e pelo caso das dívidas escondidas, que levaram à suspensão de parte da ajuda externa e a que a dívida pública disparasse para os 86% do Produto Interno Bruto.

O Governo moçambicano aprovou em julho um orçamento retificativo, marcado pela austeridade, e revisão em baixa do crescimento económico de 7% para 4,5%.

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