Os efeitos do Brexit continuam a ser sentidos nos mercados, apesar de uma recuperação relativa na Ásia e de uma aparente acalmia em alguns mercados europeus. A bolsa de Lisboa caiu para os valores mais baixos de sempre, mas é no Reino Unido que se mais de sente o impacto da decisão britânica de deixar a União Europeia.
A passada sexta-feira tinha trazido algumas das piores perdas de sempre para os mercados, com a banca na linha da frente. Por todo o continente europeu, os bancos recuaram e além do espanhol Santander, afetado pela forte presença no Reino Unido, as maiores instituições financeiras das terras de Sua Majestade lideraram as perdas.
Infelizmente para dois grandes bancos britânicos, as quedas não acabaram na semana passada: o Barclays e o Royal Bank of Scotland começaram a sessão de hoje a recuar mais de 10% e forçaram o sistema informático da bolsa de Londres a reagir. Ao contrário do mercado português, onde as decisões são sempre tomadas pela CMVM, na maior bolsa do Reino Unido são os computadores a tomar decisões.
Caso exista uma desvalorização superior a 8%, as trocas automáticas de ações são imediatamente bloqueadas e os títulos entram numa fase de leilão para redefinir o valor justo. Barclays e Royal Bank foram congelados durante cerca de 5 minutos para estancar a hemorragia de perdas que já leva o RBS a valer menos 15% do que no final da sessão de sexta e retira 12% do valor ao Barclays.
HSBC, Standard Chartered e Lloys Bank também estão a sentir os efeitos secundários do anunciado Brexit, mas conseguem para já limitar a perda de valor.
[Notícia atualizada às 11h15]