Confirmando uma informação avançada pelo Jornal de Negócios, a mesma fonte explicou que Nuno Fernandes Thomaz tinha já apresentado a renúncia ao cargo em abril, mas que, como o ponto relativo aos novos órgãos sociais foi retirado da ordem de trabalhos da assembleia-geral da CGD de hoje, o responsável continua em funções até ao final deste mês.
De acordo com o Código das Sociedades Comerciais, a renúncia de administradores, quando não tiver havido substituição, como é o caso, "só produz efeito no final do mês seguinte àquele em que tiver sido comunicada".
A Comissão Executiva da CGD terminou o seu mandato no final de 2015 e cabe agora ao Governo tomar uma decisão sobre esta matéria.
O presidente do banco público, José de Matos, foi nomeado a primeira vez em 2011 e reconduzido em 2013, devendo agora ser substituído.
Em 16 de abril, o semanário Expresso noticiou que será António Domingues (vice-presidente da Comissão Executiva do Conselho de Administração do BPI) a liderar os destinos do banco público, substituindo no cargo José de Matos.
No verão do ano passado, o então primeiro-ministro, Passos Coelho, fez críticas à CGD por não ter feito qualquer devolução dos 900 milhões de euros em capital público recebido em 2012, o que causou mal-estar na equipa de topo do banco público.
A Lusa contactou hoje o Ministério das Finanças, a quem cabe a escolha da nova equipa de gestão da CGD, para obter esclarecimentos, mas até ao momento não obteve resposta.
No ano passado, o banco público teve prejuízos pelo quinto ano consecutivo, de 171,5 milhões de euros, e foi noticiada a necessidade de um aumento de capital, que estará já a ser discutida entre o Governo e a Direção-Geral da Concorrência da Comissão Europeia.
