"Ou Governo tem um trunfo na manga ou haverá uma surpresa desagradável"

Quem o diz é o economista Vítor Bento, conselheiro de Estado e ex-presidente do Novo Banco.

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Patrícia Martins Carvalho
01/02/2016 21:54 ‧ 01/02/2016 por Patrícia Martins Carvalho

Economia

Vítor Bento

Para Vítor Bento, a dificuldade que o Governo enfrenta para fazer com que Bruxelas aceite a sua proposta de Orçamento do Estado para 2016 não é uma novidade. “Desde o início deste Governo que se percebia que ia ser difícil conciliar quer os objetivos implícitos nos acordos à Esquerda, quer as exigências que decorrem da participação de Portugal na União Europeia”, explicou esta noite na antena da TVI.

Na ótica do economista, o que “está em jogo” é complexo e difícil. Por outras palavras, esclareceu, o Executivo quer, por um lado, “conseguir que seja aceite um défice maior do que aquele que tinha sido negociado pelo governo anterior” e, por outro lado, que Bruxelas aceite uma “calculatória que, em termos de previsões macroeconómicas, lhe permita ainda assim ir mais além”.

Na prática, vincou o conselheiro de Estado, “trata-se de querer ter um défice, em termos comparáveis, significativamente maior do que aquele que estava acordado”. Posto isto, foi perentório: “A margem de manobra é muito estreita, se é que existe alguma”.

“Algum dos lados terá que quebrar e não antecipo que a negociação com Bruxelas seja fácil”, alertou, embora admita: “Surpreende-me o otimismo que o Governo expressa publicamente neste processo negocial”.

E é precisamente este otimismo que leva o economista a acreditar que, “ou há já qualquer coisa acordada, algum trunfo na manga, ou haverá uma surpresa desagradável” no final desta semana, prazo que Bruxelas deu a Costa para explicar melhor a essência do esboço do OE2016.

Caso haja uma surpresa desagradável, então o futuro para o país não será propriamente risonho, especialmente se o Parlamento decidiu avançar com o Orçamento independentemente do que Bruxelas disser.

Se isto acontecer, explicou o conselheiro de Estado, os “mercados vão reagir”, o que se traduz num aumento das taxas de juro da dívida nacional, mas não só. Também as agências de notação vão reagir e Portugal corre o risco de ver o seu rating “ser rebaixado, tornando mais difícil o financiamento, não só do Estado, como das empresas nacionais”.

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