A Volkswagen mergulhou numa crise profunda durante as últimas semanas, provocada pela descoberta de um software fraudulento que altera as verdadeiras emissões de gases poluentes dos carros a gasóleo. As investigações abrem a porta ao pagamento de multas multimilionárias, que podem comprometer o futuro da empresa e afetar colateralmente a Europa.
De acordo com o Diário Económico, a Alemanha é o país com maior risco de sofrer efeitos secundários, devido à dimensão e presença da Volkswagen. No total, o grupo emprega quase 245 mil pessoas em território germânico, sendo a maior responsável pelo impacto de 20% do setor automóvel nas exportações da maior economia europeia.
“A Volkswagen é um risco maior para a economia alemã do que a crise da dívida grega”, garante Carsten Brzeski, economista-chefe do ING Group. A chanceler Angela Merkel admitiu estar preocupada e reconheceu o possível impacto da polémica da Volkswagen em todo o território europeu: “O setor automóvel dá emprego a milhares de pessoas na Europa e há que lembrar que a Europa não anda folgada em postos de trabalho”.
A crise no grupo alemão levou o FMI a rever em baixa as previsões de crescimento europeu, com a Alemanha a sofrer um corte de 0,2% face aos números de julho. Portugal pode também sofrer os efeitos do escândalo, uma vez que está em aberto a possibilidade de cortes na Autoeuropa.
