O Fundo de Reestruturação Ordenada Bancária (FROB) informou hoje a Comissão Nacional de Mercado de Valores (CNMV) que não existe ainda qualquer avaliação oficial daquela entidade bancária, necessária para realizar as operações da sua recapitalização.
Essa avaliação é essencial para o processo de troca em acções dos títulos contingentes convertíveis (conhecidos na gíria como "cocos") e que foram subscritos pela 'holding' do Bankia, o BFA, em Dezembro do ano passado.
Na nota hoje remetida à CNMV, o FROB explica que a avaliação do Bankia será concluída quando as autoridades tiverem toda a informação necessária.
O documento foi enviado depois de o regulador da bolsa espanhola suspender a negociação das acções do Bankia, pouco antes da abertura dos mercados, num dia em que a imprensa espanhola refere que as autoridades avaliam cada acção da entidade nacionalizada em 0,01 euros.
Além do Bankia, foi também suspensa a negociação das acções da sua holding, o BFA.
O jornal Expansion refere, na sua edição de hoje, que o Fundo de Reestruturação Ordenada Bancária, que gere as entidades nacionalizadas (incluindo o Bankia), vai avaliar cada uma das acções do Bankia em 0,01 euros.
Se esta avaliação se confirmar, significa a perda quase total do investimento dos atuais accionistas, entre os quais se incluem mais de 400 mil investidores privados, com a empresa a passar de um valor de 4 mil milhões para menos de 20 milhões de euros.
Assim o FROB, que controla 52% do capital do Bankia, perderia 1.900 milhões de euros e os investidores privados quase 2.100 milhões de euros.
Depois de registar perdas significativas no último ano, as acções do Bankia fecharam a negociação na quarta-feira a valer 0,468 euros, uma queda de 10,8%.
O Expansion explica que a definição do valor das acções em um cêntimo é a primeira fase na operação de saneamento da entidade e pretende evitar que o banco deixe de cotizar, o que criaria problemas adicionais para operações como o fornecimento de liquidez a detentores de participações preferentes.