"O dr. Ricardo Salgado informou, não só a nós [comissão executiva], de que havia já uma proposta de um investidor internacional interessado na Tranquilidade", revelou António Souto na comissão parlamentar de inquérito à gestão do BES e do Grupo Espírito Santo (GES), que decorre esta tarde.
O ex-administrador acrescentou que o investidor estaria "disposto a pagar 700 milhões", respondendo a questões colocadas pela deputada do CDS-PP Cecília Meirelles.
No entanto, o investidor colocava condições à compra da seguradora: "Se o plano de negócios não fosse totalmente cumprido, em função dos valores [não cumpridos], havia um repagamento ao investidor", ou seja, o investidor seria ressarcido, disse.
Ainda sobre a seguradora, e durante a sua intervenção, António Souto disse que o investimento de 150 milhões de euros no Grupo Espírito Santo (GES) passou apenas "por duas pessoas", o presidente e o responsável financeiro da Tranquilidade.
Avaliada em 700 milhões de euros, a Tranquilidade foi dada pelo Espírito Santo Finantial Group (ESFG), seu acionista, como penhor ao BES como colateral de uma dívida da instituição financeira.
Como essa garantia não foi cumprida, e depois da divisão do BES em agosto, o Novo Banco assumiu as ações da seguradora e avançou com a venda aos norte-americanos da Apollo por cerca de 200 milhões de euros, negócio que está suspenso devido a uma providência cautelar contra o negócio.
António Souto está a ser ouvido no parlamento desde as 16:15 e pelas 19:40 iniciava as respostas às perguntas da deputada do Bloco de Esquerda Mariana Mortágua, no primeiro bloco de questões dos vários partidos, que deverá ser o único desta audição.