Uma polémica auditoria realizada pela PwC, em maio de 2001, que dava conta de problemas nas contas do Banco Espírito Santo, não terá sido do conhecimento do Banco de Portugal, dá conta o Diário Económico.
O documento, destinado “exclusivamente para informação e utilização da administração, comissão executiva, gestão e outros dentro do BES”, dava conta de problemas, por exemplo, relacionados com a relação mantida pelo banco com offshores, a elevada exposição a empresas do grupo e o financiamento de empresas próximas do GES, com elevado risco.
É possível acreditar, noticia a mesma publicação, que se o relatório tivesse chegado às mãos do regulador português este pudesse começar a atuar de forma preventiva desde logo. “O Banco de Portugal não encontra qualquer registo de ter recebido essa auditoria”, explica fonte oficial da instituição. ´
Inscrito no relatório estava, segundo dá conta o Económico, uma nota que referenciava de forma concreta a impossibilidade do documento ser facultado a “qualquer terceira parte”. Mas há mais. Além disto, pedia a PwC que caso fosse solicitada alguma cópia a empresa deveria ser contactada imediatamente.
“Na eventualidade de algumas autoridades regulatórias requererem uma cópia ou a consulto do relatório, temos [PwC] de ser imediatamente informados, para que possamos tomar as medidas para o nosso envolvimento na sua discussão com reguladores”.
A auditoria de gestão centra-se no exercício de 200, sendo que a empresa deixou de trabalhar com o banco liderado por Ricardo Salgado em 2002.