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Menzies perde licença para assistência nos aeroportos nacionais. E agora?

O júri do concurso escolheu um consórcio espanhol que junta a Clece e a South. Menzies está preocupada com a possibilidade de que esta decisão "possa causar perturbações operacionais significativas e incerteza para milhares de colaboradores, clientes e prejudique a estabilidade do setor".

Menzies perde licença para assistência nos aeroportos nacionais. E agora?

© Photo by Horacio Villalobos#Corbis/Corbis via Getty Images

Beatriz Vasconcelos com Lusa
17/10/2025 08:30 ‧ há 5 horas por Beatriz Vasconcelos com Lusa

Economia

Aeroportos

A Menzies (antiga Groundforce) perdeu o concurso para a renovação das licenças de assistência nos três aeroportos do continente Lisboa, Porto e Faro e já anunciou que vai contestar os resultados. Afinal, o que está em causa? 

 

Segundo avançaram vários meios de comunicação, o júri do concurso terá escolhido um consórcio espanhol que junta a Clece e a South

Mais tarde, a agência Lusa noticiou que o júri do concurso para assistência em escala ('handling') nos aeroportos de Lisboa, Porto e Faro considerou que a proposta do consórcio Clece/South faz uma melhor afetação de meios humanos e materiais do que a da Menzies

No relatório preliminar, a que a Lusa teve acesso, o júri liderado por Sofia Simões deu uma classificação de 95,2523 ao agrupamento Clece/South, do universo Iberia, tendo a Menzies (antiga Groundforce) terminado com uma classificação de 93,0526.

A Menzies Aviation disse que "foi ontem [quarta-feira] formalmente notificada dos resultados do relatório preliminar emitido pela Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC) relativamente ao concurso para a renovação das licenças de atividade nos três aeroportos do continente português -- Lisboa (LIS), Porto (OPO) e Faro (FAO)", disse a empresa.

"A Menzies lamenta este resultado e não concorda com a classificação atribuída", assegurou, indicando que acredita que a sua proposta "apresenta excelência operacional comprovada, continuidade e uma força de trabalho plenamente qualificada, composta por mais de 3.500 colaboradores que, de forma consistente, têm prestado serviços de elevada segurança e qualidade aos clientes e à comunidade".

A empresa lembrou que, desde a aquisição da SPdH  (antiga Groundforce) pela Menzies Aviation, em 2024, "a empresa tem mantido um forte desempenho operacional, elevados padrões de conformidade e relações laborais construtivas, sustentadas por um Acordo de Empresa que protege os direitos dos colaboradores e assegura a estabilidade dos serviços".

O grupo acredita que a sua proposta "representa o melhor valor global e o menor risco para a ANAC e para o público em geral".

"Com base na análise efetuada às outras propostas apresentadas, consideramos que existem múltiplos fundamentos objetivos e técnicos para contestar o relatório preliminar da ANAC, conforme os prazos estabelecidos pelo procedimento concursal", salientou.

Menzies está preocupada com a decisão

A Menzies disse ainda que está preocupada com a possibilidade de que esta decisão "possa causar perturbações operacionais significativas e incerteza para milhares de colaboradores, clientes e prejudique a estabilidade do setor".

Irá, por isso, "iniciar de imediato o processo formal de recurso e recorrer a todos os meios disponíveis para garantir que a integridade e a equidade do resultado sejam plenamente revistas, conforme estipulado nas regras do concurso".

Sindicato deixa alerta

Por sua vez, o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (Sintac) alertou  para as possíveis consequências para os trabalhadores da perda de licença da Menzies e lembrou que a TAP detém 49,9% da empresa de assistência nos aeroportos.

"O Sintac alerta para possíveis riscos para os trabalhadores na sequência da escolha da operadora de 'handling' Clece/South (detida pela Iberia, pertencente ao grupo IAG) pela ANAC [Autoridade Nacional da Aviação Civil]", avançou o sindicato, em comunicado, manifestando-se surpreendido com a decisão preliminar do regulador de atribuir as licenças de assistência nos três aeroportos do continente - Lisboa, Porto e Faro.

A estrutura sindical apontou que o grupo IAG é também um dos interessados no processo de privatização da TAP, que detém 49,9% do capital da Menzies (antiga Groundforce).

"Esta ligação suscita legítimas dúvidas sobre eventuais conflitos de interesse e sobre as intenções por detrás desta escolha", vincou o Sintac, referindo suspeitar que "a privatização poderá estar centrada apenas só no 'core business' do transporte aéreo, deixando de fora outras empresas do grupo, como a Menzies".

Também o Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (Sitava) manifestou-se incrédulo e indignado com a decisão preliminar do regulador de atribuir licença para assistência nos aeroportos à Clece/South excluindo a Menzies.

"Embora este relatório seja preliminar, portanto passível de contestação nas instâncias próprias, o facto de não serem cumpridos os pressupostos previstos no plano de recuperação quanto à atribuição das licenças deixa-nos, no mínimo, estupefactos", afirmou o sindicato, em comunicado, onde diz ter recebido a notícia "com um misto de incredulidade e indignação".

Contactada pela Lusa, a ANAC disse apenas que "no âmbito do procedimento do concurso os concorrentes foram notificados pelo júri do relatório preliminar" e que se trata de "tramitação normal e regular no âmbito do concurso".

O regulador destacou que "os concorrentes terão agora o período de apresentação da sua pronúncia", salientando que "não foi feito o relatório final, nem existe, nesta fase qualquer decisão ou seleção do prestador de serviços". 

Leia Também: Aeroportos: Sitava incrédulo com perda do concurso pela Menzies

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