"Embora este relatório seja preliminar, portanto passível de contestação nas instâncias próprias, o facto de não serem cumpridos os pressupostos previstos no plano de recuperação quanto à atribuição das licenças deixa-nos, no mínimo, estupefactos", afirmou o sindicato, em comunicado, onde diz ter recebido a notícia "com um misto de incredulidade e indignação".
A Menzies perdeu o concurso para a renovação das licenças de assistência nos três aeroportos do continente Lisboa, Porto e Faro e vai contestar os resultados.
Segundo vários meios de comunicação, o júri do concurso terá escolhido um consórcio espanhol que junta a Clece e a South, detido pela espanhola Iberia.
"Este é um momento em que todos devemos manter uma grande serenidade e aguardar que após recurso, a decisão final seja a de atribuir as licenças a quem demonstre que tem os recursos humanos e materiais, bem como clientes, para poder assegurar a atividade de assistência em escala nos próximos sete anos", salientou o Sitava.
Para o sindicato, essa decisão "só pode passar por quem cumpre os requisitos, a SPdH".
A estrutura criticou ainda o "clima de instabilidade e conflitualidade que foi sendo criado por pequenos grupos de irresponsáveis travestidos de sindicalistas, pondo em risco a operação do principal cliente, e mais grave ainda, os cerca de 4 mil postos de trabalho".
"Tal como bastantes vezes alertámos, esta anarquia poderia vir a ter sérias consequências", vincou o Sitava, considerando que "o cenário de ingovernabilidade que em muitas ocasiões se viveu não foi certamente indiferente na hora de decidir".
A Menzies lamentou hoje este resultado e disse não concordar com a classificação atribuída, indicando que acredita que a sua proposta "apresenta excelência operacional comprovada, continuidade e uma força de trabalho plenamente qualificada, composta por mais de 3.500 colaboradores que, de forma consistente, têm prestado serviços de elevada segurança e qualidade aos clientes e à comunidade".
A empresa lembrou que, desde a aquisição da SPdH, em 2024, "a empresa tem mantido um forte desempenho operacional, elevados padrões de conformidade e relações laborais construtivas, sustentadas por um Acordo de Empresa que protege os direitos dos colaboradores e assegura a estabilidade dos serviços".
O grupo acredita que a sua proposta "representa o melhor valor global e o menor risco para a ANAC e para o público em geral" e receia que esta decisão "possa causar perturbações operacionais significativas e incerteza para milhares de colaboradores, clientes e prejudique a estabilidade do setor".
Irá, por isso, "iniciar de imediato o processo formal de recurso e recorrer a todos os meios disponíveis para garantir que a integridade e a equidade do resultado sejam plenamente revistas, conforme estipulado nas regras do concurso".
Contactada pela Lusa, a ANAC disse apenas que "no âmbito do procedimento do concurso os concorrentes foram notificados pelo júri do relatório preliminar" e que se trata de "tramitação normal e regular no âmbito do concurso".
O regulador destacou que "os concorrentes terão agora o período de apresentação da sua pronúncia", salientando que "não foi feito o relatório final, nem existe, nesta fase qualquer decisão ou seleção do prestador de serviços".
Leia Também: IA pode adicionar 0,8% ao crescimento económico mundial, estima FMI