"Não considero que a operação tenha sido um falhanço. Falhanço era se não tivéssemos vendido, falhanço era se a empresa não fosse introduzida no mercado, falhanço era se a empresa reintroduzida no mercado estivesse a falhar", disse aos deputados da Comissão de Economia e Coesão Territorial.
"Eu não tenho a mesma leitura que tem o relato do Tribunal de Contas. Em termos pessoais, não da Parpública, quando estava a acabar de ler o relato, pensava ir ler outras conclusões", acrescentou.
Numa das suas intervenções, Jaime Andrez voltou a visar o Tribunal de Contas, que disse ter tido "o equívoco de considerar que a reestruturação deveria ser feita no período" que antecedeu a venda, mas que esse não era "o grande objetivo".
"O grande objetivo estava associado a manter a empresa no mercado até à venda e, sobretudo, pós-venda", afirmou, apontando que era um dos pontos defendidos pela Comissão Europeia (CE).
Segundo o antigo responsável da Parpública, se a CE permitiu apoios intercalares foi porque a venda era expectável, bem como a sua reposição no mercado "nas melhores condições para a sua recuperação".
Quanto à entrada da Mutares na empresa, referiu que não entrou apenas com 15 milhões de euros, mas com 75 milhões de euros, "porque é preciso considerar as garantias efetivas", que são o que "tem permitido a empresa funcionar".
Nesse sentido, fez ainda um balanço positivo de todo o processo porque se mantiveram 75% dos trabalhadores.
Jaime Andrez defendeu ainda que a intervenção "foi um sucesso".
"Esta empresa vai ser um grande sucesso. O país vai ganhar, o setor vai ganhar, os trabalhadores vão ganhar, o Estado vai ganhar e a Mutares vai ganhar, porque quanto mais valiosa for a empresa, mais a Mutares ganha, mais o Estado ganha", concluiu.
Em novembro de 2023, o Estado finalizou a venda ao fundo de investimento alemão Mutares da totalidade do capital da Efacec, que tinha sido nacionalizada em 2020 aquando do escândalo 'Luanda Leaks'. A empresa era controlada indiretamente por Isabel dos Santos.
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