No relatório que acompanha a proposta de Orçamento do Estado para 2026 (OE2026) entregue no Parlamento, o Governo prevê que a economia cresça 2% este ano e 2,3% em 2026.
A previsão para este ano é uma revisão em baixa das estimativas do executivo, sendo que no Orçamento do Estado para 2025 o Governo tinha inscrito um crescimento de 2,1%, que foi revisto para 2,4% no relatório submetido a Bruxelas, em abril.
O Governo detalha, no relatório do OE2026, que "para o ano de 2025, a estimativa do Ministério das Finanças para o crescimento do produto interno bruto (PIB) encontra-se próxima do limite superior do intervalo das estimativas das restantes instituições, igualando a previsão do Fundo Monetário Internacional".
De facto, tanto o Governo como o FMI estimam um crescimento de 2% este ano, mas é de salientar que a instituição liderada por Kristalina Georgieva vai lançar uma atualização do World Economic Outlook na próxima semana, dia 14 de outubro.
Já o Banco de Portugal, Conselho das Finanças Públicas e OCDE estimam todos um crescimento de 1,9% este ano, enquanto a Comissão Europeia projeta que o PIB cresce 1,8%.
E para o próximo ano?
Para 2026, "a previsão de 2,3% encontra-se 0,1 pp acima do limite superior", admite o Governo no relatório do OE2026.
É assim o mais otimista, seguindo-se o Banco de Portugal e a Comissão Europeia, que apontam para um crescimento de 2,2%, enquanto a OCDE estima 1,9%, o Conselho das Finanças Públicas 1,8% e o FMI 1,7%.
A equipa das Finanças explica que as previsões para as componentes relacionadas com a procura externa encontram-se dentro do limite das restantes instituições, mostrando "uma posição de maior prudência num contexto de elevada incerteza, marcado por tensões comerciais e geopolíticas".
Já na procura interna, em particular o consumo privado e público, já existem mais desvios nas projeções, dando assim um maior impulso à economia nos cálculos do Governo.
"Estas diferenças justificam-se com as medidas de política já adotadas, como a redução de imposto sobre o rendimento das pessoas singulares e o suplemento extraordinário das pensões, que deverão estimular o consumo privado ainda em 2025, a par das outras medidas constantes no Orçamento do Estado para 2026, e que a maioria das restantes instituições ainda não incorporou", aponta o executivo.
Já no mercado de trabalho, o Governo tem "uma posição mais otimista quanto à evolução da economia, reforçada pelos indicadores mais recentes do mercado de trabalho, que apontam para a continuação de uma elevada resiliência, com contínua criação de emprego".
O Governo entregou hoje no parlamento o OE2026, na véspera do prazo limite e três dias antes das eleições autárquicas de domingo.
O executivo pretende alcançar excedentes de 0,3% do PIB em 2025 e de 0,1% em 2026. Quanto ao rácio da dívida, estima a redução para 90,2% do PIB em 2025 e 87,8% em 2026.
A proposta vai ser discutida e votada na generalidade entre 27 e 28 de outubro. A votação final global está marcada para 27 de novembro, após o processo de debate na especialidade.
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