"Naturalmente precisamos de pessoas, mas precisamos de equilibrar e sobretudo garantir que aqueles [imigrantes] que vêm - porque vêm em 99,9% dos casos, se é que não é uma percentagem até maior, vêm para trabalhar e para melhorar a sua vida - tenham as condições para nos ajudar a fazer um país melhor", defendeu o ministro de Estado e das Finanças, na conferência de imprensa sobre a proposta de Orçamento do Estado para 2026 (OE2026), que foi hoje entregue na Assembleia da República.
O documento destina 91 milhões de euros para o programa "Imigração Regulada e Humanista" da Presidência do Conselho de Ministros, estabelecendo três pontos de ação: regulação da imigração, atração de talento e acolhimento e integração humanista.
"Nós tivemos anos de absoluto descontrolo na imigração, em que deixámos entrar centenas de milhares de pessoas sem saber como, porquê, quem", argumentou o ministro das Finanças, considerando que a aprovação da nova lei de estrangeiros há poucas semanas no parlamento "é um passo fundamental".
O governante salientou que o país precisa de mão de obra qualificada, "o que não significa necessariamente um grau académico de licenciatura ou superior", dando como exemplo "um bom eletricista, um bom mecânico, ou um bom carpinteiro", que têm qualificações importantes para as áreas onde o país tem carências.
O ministro das Finanças realçou que o mercado de emprego "continua a responder de uma forma muito positiva", com o emprego a crescer quase 3% no primeiro semestre deste ano e os salários a subir quase 7% até julho, em termos homólogos.
Joaquim Miranda Sarmento apresentou hoje a proposta de Orçamento do Estado para o próximo ano, no Salão Nobre do Ministério das Finanças, em Lisboa, um dia antes do prazo definido na lei.
O segundo orçamento elaborado pela equipa das Finanças liderada por Joaquim Miranda Sarmento, cuja proposta já foi aprovada em Conselho de Ministros, será discutido na generalidade no final do mês, com a votação final global agendada para 27 de novembro.
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