Esta posição foi defendida pelo líder parlamentar do CDS, Paulo Núncio, pouco depois de o ministro de Estado e das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, ter apresentado em conferência de imprensa a proposta do Governo de Orçamento do Estado para 2026, a qual prevê um excedente orçamental de 0,1% no próximo ano.
"O CDS faz um apelo à responsabilidade política, principalmente dos dois maiores partidos da oposição. É importante que haja sentido Estado e que os partidos percebam o atual enquadramento financeiro do Estado", advertiu o antigo secretário de Estado dos Assuntos Fiscais.
Perante os jornalistas, Paulo Núncio salientou que a margem negocial do Orçamento em 2026 "é reduzida", sustentando, em contraponto, que "a legislatura é larga, de quatro anos":
"Isso não significa que nos próximos anos a margem [negocial] não seja maior, porque a questão do PRR (Plano de Recuperação e Resiliência) vai aplicar-se especificamente e de uma forma particularmente nítida em 2026", argumentou o presidente da bancada do CDS.
Paulo Núncio defendeu depois que 2027 e 2028 "são anos em que o Estado, em princípio, terá mais margem negocial". Uma posição que procurou destacar já depois de ter realçado a importância de Portugal conseguir novo excedente orçamental no próximo ano.
"Quando o PS governava o excedente orçamental era uma exceção. Para o Governo do PSD e do CDS o excedente orçamental é regra. É uma alteração substancial relativamente aos governos anteriores", acrescentou.
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