Mostrando-se otimista em relação ao futuro, o banqueiro norte-americano afirmou esperar uma aceleração do crescimento económico até final de 2026, sustentado em medidas de estímulo orçamental "muito agressivas", e também no investimento em novas infraestruturas de Inteligência Artificial (IA) nos Estados Unidos.
Embora tenha avisado para os desafios que as novas políticas comerciais, ainda em processo de assimilação, podem causar num mundo "um pouco mais frágil geopoliticamente", com repercussões no crescimento e na confiança, Solomon disse estar "otimista", na medida em que espera uma aceleração do crescimento até final do próximo ano.
"Acredito que, à medida que as políticas comerciais forem absorvidas e os estímulos e os gastos com tecnologia continuarem, haverá um bom impulso", assinalou.
O CEO da Goldman Sachs alertou para a necessidade de vigiar o mercado laboral, que se encontra "um pouco mais débil".
Disse também que acredita que a Reserva Federal (FED) norte-americana está atenta à sua evolução e que, a prazo, irá perceber-se se o impacto das políticas comerciais nos preços será apenas pontual ou se se transformará em algo mais significativo.
"Ainda é demasiado cedo para saber", concluiu.
O banqueiro não quis pronunciar-se sobre os próximos passos da FED em relação a eventuais alterações das taxas de juro, limitando-se a afirmar que o equilíbrio entre emprego e inflação é que "vai influenciar" se existirá "mais um, dois ou três cortes" nas taxas.
Em relação ao clima de negócios, o CEO do Goldman Sachs referiu uma aceleração das fusões e aquisições, principalmente nos Estados Unidos, impulsionadas por "um ambiente regulatório diferente".
O banqueiro defendeu ainda o comportamento cíclico dos mercados, sublinhando que sempre que uma nova tecnologia gera uma formação significativa de capital, contribuindo para a criação de muitas novas empresas, o mercado antecipa o fenómeno.
"Se pensarmos na Internet, a Amazon foi uma das muitas empresas que aproveitaram este tipo de oportunidades; muitas desapareceram, e a Amazon tornou-se uma empresa incrível", adiantou.
Por isso, o CEO do Goldman Sachs adiantou que não ficaria surpreendido "se nos próximos 12 a 24 meses" se assistir "a uma queda do mercado" bolsista.
Solomon comentou a valorização das empresas de Inteligência Artificial (IA), evitando referir a existência de uma "bolha", mas destacou o entusiasmo que faz com que os investidores valorizem os sucessos e minimizem os fracassos da nova tecnologia.
"Não sou suficientemente inteligente para saber, penso que isto vai continuar durante algum tempo. As oportunidades são excelentes e muito entusiasmantes, mas também vejo complacência em relação à tomada de riscos", alertou.
Considerando que ainda estamos "no início do filme, não no fim", disse que "haverá muitos vencedores e muitos vencidos".
Quando o ciclo se fechar, haverá muito capital investido que terá gerado retornos muito atrativos, mas também muito capital investido que não irá gerar retorno, como acontece em qualquer grande ciclo de tecnologia ou em qualquer grande ciclo de investimento. "Desta vez não é diferente", acrescentou.
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